Mandetta diz que Bolsonaro faz 3 eletrocardiogramas por dia e tem ambulância na porta em razão do uso da cloroquina

O ex-ministro da Saúde ainda comparou o medicamento com "fita do Senhor do Bonfim, rezadeira boa e vitamina D"

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (Agência Brasil)
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O ex-ministro Henrique Mandetta, da Saúde, criticou nesta quinta-feira (16) o uso da cloroquina por parte do presidente Jair Bolsonaro contra o novo coronavírus. Mandetta deu destaque ao intenso monitoramento que tem sido feito no quadro do ex-capitão diante do uso da droga.

"O presidente Jair Bolsonaro tinha 3 eletrocardiogramas sendo feitos por dia. Um de manhã, outro depois do almoço e outro de noite. Um médico 24h ao lado do quarto dele e ele monitorizado. Leitos de CTI à disposição dele caso e uma ambulância na porta do Palácio. Não é a realidade de você cidadão que tá dentro da sua casa", declarou o ex-ministro em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha.

Mandetta ainda apontou que a droga não faz diferença no tratamento contra a Covid-19. "Você dar cloroquina pra um jovem de 30, 40 anos, ou dar uma fita do Senhor do Bonfim, ou uma benzedeira boa que tem aqui em MS e que deve ter aí no RS, a probabilidade dele sair tranquilo da doença é de 99%, com cloroquina, com vitamina D", afirmou.

"Eu tenho muito receio dos idosos porque eles tomam remédios pro coração e são eles quem complicam", disse ainda.

Segundo o ex-ministro, é "irresponsável do ponto de vista médico" a atitude do Ministério da Saúde, comandado pelo general Eduardo Pazuello, e do presidente Jair Bolsonaro de recomentar medicação sem ter como monitorar a situação cardíaca dos pacientes e e sem ter a garantia de leitos em caso de necessidade.

Ouça trecho da entrevista:

https://twitter.com/kellymatos/status/1283851902606860288