Candidatura de Lula em 2018 teria feito bem à democracia, diz Edson Fachin

Voto vencido no julgamento da ação no STF que impediu a candidatura de Lula nas eleições presidenciais de 2018, Fachin fez críticas veladas a Bolsonaro e comparou situação atual do Brasil com a Itália fascista de Benito Mussolini

Edson Fachin (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
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Em palestra online na abertura do Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral na manhã desta segunda-feira (17), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que a candidatura de Lula em 2018 "teria feito bem à democracia", depois de uma longa exposição com referências a um "cavalo de Troia" dentro da institucionalidade brasileiro e ao regime fascista de Benito Mussolini na Itália nos anos 1920.

Em 2018, Fachin foi voto vencido no julgalmento do STF que decidiu por seis votos a um por impedir a candidatura de Lula com base na Lei da Ficha Limpa. Na ocasião, Lula estava preso na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba após a controversa condenação de Sérgio Moro, na Lava Jato, ser confirmada por outra decisão polêmica dos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

“O tempo mostrou que teria feito bem à democracia brasileiro se a tese que sustentei no TSE tivesse prosperado na Justiça Eleitoral. Fazer fortalecer no Estado democrático o império da lei igual para todos é imprescindível, especialmente para não tolher direitos políticos”, disse Fachin.

“No julgamento no TSE em que esteve em pauta a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fiquei vencido, mas mantenho a convicção de que não há democracia sem ruído, sem direitos políticos de quem quer que seja. Não nos deixemos levar pelos ódios", complementou o ministro.

Na sua explanação, Fachin fez referência velada ao governo Jair Bolsonaro e comparou a atual situação brasileira com o governo facista de Benito Mussolini na Itália. “Atentemos para aqueles que consideram os princípios constitucionais um estorvo", disse ele, se referindo a políticos com mandato que acusam opositores de criminosos, espalham notícias falsas e estimulam a violência.

Com informações do Valor Econômico