Sérgio Camargo diz que há mais racistas no movimento negro do que na PM

De acordo com relatório da Rede de Observatórios da Segurança, negros (pretos e pardos) são 75% dos mortos pela polícia

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Sérgio Camargo, o Presidente da Fundação Cultural Palmares, voltou ao Twitter, nesta quinta-feira (24), para soltar mais uma das suas frases de efeito.

Desta vez, Camargo, que se intitula “negro de direita”, “antivitimista” e “inimigo do politicamente correto” afirmou que “há mais racistas no movimento negro que nos efetivos das Polícias Militares de todo o Brasil”.

https://twitter.com/sergiodireita1/status/1309085263134629890

Pretos e pardos são 75% dos mortos pela polícia

Relatório da Rede de Observatórios da Segurança, grupo de estudos sobre violência nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará e Pernambuco, divulgado em julho, reuniu dados que demonstram como a população negra é a principal vítima da violência no país.

Os negros (pretos e pardos) são 75% dos mortos pela polícia. Entre as vítimas de feminicídio, 61% são mulheres negras. Enquanto a taxa geral de homicídios no Brasil é de 28 pessoas a cada 100 mil habitantes, entre os homens negros de 19 a 24 anos esse número sobe para mais de 200.

70% mais mortes

Policiais militares do estado de São Paulo, dentro e fora de serviço, fizeram 442 vítimas no estado de São Paulo de janeiro a maio de 2020. O número é o maior de toda a série histórica iniciada em 2001.

PMs de batalhões das cidades da Grande São Paulo, com exceção da capital, mataram 70% mais pessoas neste ano do que no mesmo período do ano passado. Já nos batalhões da cidade de São Paulo o aumento foi de 34%, número superior ao aumento de 25% na letalidade policial do estado como um todo: de 350 mortos em 2019, para 442 neste ano.

Preconceito histórico

O ex-ouvidor da polícia de São Paulo, Benedito Mariano, afirmou em julho, ao comentar a agressão de dois PMs a uma mulher dona de um bar em Parelheiros (SP), que este não é um caso pontual. "Quem mora na periferia, quem mora nas regiões periféricas sabe que esse tipo de ação acontece sistematicamente nas regiões periféricas. Então tem que mudar a formação e mudar a formação é assumir que existe um preconceito histórico das policiais em relação a pobres e negros", disse.