Em meio à crescente pressão, tanto no meio político quanto na sociedade civil, pelo afastamento do presidente Jair Bolsonaro, um perfil do Twitter inaugurou, nesta sexta-feira (15), o "placar do impeachment".
Pela manhã, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), adversário de Bolsonaro no segundo turno da eleição de 2018, havia afirmado que somente sabendo como, atualmente, se posiciona cada deputado da Câmara sobre o tema seria possível abrir um processo contra o chefe do Executivo.
“É preciso abrir o placar do impeachment com o nome de todos os deputados federais e começar a pressão dos eleitores sobre cada um deles, por todos os meios. Sem isso, o afastamento não vai acontecer”, sugeriu o petista.
Rapidamente as redes sociais reagiram e um perfil chamado "SOS impeachment", que existe desde 2019 e que atuava resgatando fatos políticos, inaugurou o placar.
"Este perfil, sempre tão preocupado com história, a partir de hoje vai atuar de outra forma. Por um só motivo: evitar que a história se repita. Veja nos próximos posts quem apoia o impeachment e quem prefere se calar diante das cenas mais tristes que o Brasil vive neste século", diz uma postagem da página, que não publicava nada desde maio de 2019.
Para compor o placar do impeachment, o perfil monitora nas redes deputados que se posicionaram contra ou a favor do impeachment de Bolsonaro. O placar vai sendo atualizado a cada novo posicionamento.
O perfil também disponibiliza uma tabela com os nomes de todos os deputados federais, como se posicionam com relação ao impeachment e e-mails e telefones dos parlamentares para que a população faça pressão.
"Os dados do placar são fruto de um levantamento independente, considerando as redes sociais de todos os deputados federais. Os resultados levam em consideração quem se pronunciou diretamente a favor ou contra o impeachment nas redes sociais", explicam os responsáveis pelo monitoramento.
Até a última atualização da página, às 17h30 desta sexta-feira, o placar estava assim: 78 votos a favor do impeachment contra 39 votos contra. 396 deputados ainda não se pronunciaram sobre o tema.
"Impeachment no futuro"
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), minimizou, mais uma vez, os apelos pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro durante coletiva de imprensa concedida na tarde desta sexta-feira ao lado do governador João Doria (PSDB-SP) e do deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) – candidato de Maia à presidente da Câmara.
“Eu acho que esse tema de forma inevitável será discutido pela casa no futuro. Temos de focar no principal, que agora é salvar o maior número de vidas, mesmo sabendo que há uma desorganização e uma falta de comando por parte do ministério da Saúde”, disse o parlamentar.
A declaração foi dada pouco antes do presidente da Câmara ser desafiado pelo chefe do Executivo em rede nacional.
Bolsonaro aproveitou o espaço dado por José Luiz Datena no Brasil Urgente para disparar contra Doria e Maia. Sobre impeachment disse o seguinte: “Ficam falando em impeachment o tempo todo. 40 processos de impeachment. Rodrigo Maia, mostre o teor… Por que querem o meu impeachment?”.
O presidente da Câmara tem sofrido uma série de pressões para que inicie um processo de impedimento do mandatário em razão da gestão desastrosa diante da pandemia do novo coronavírus. Um panelaço será realizado na noite desta sexta-feira (15) contra Bolsonaro.