Ministério da Saúde bancou viagens de médicos para disseminar cloroquina em Manaus

11 defensores do tratamento precoce foram à capital do Amazonas junto a Pazuello no último dia 11, quando o ministério já sabia da possível falta de oxigênio no sistema de saúde

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Lucas Rocha é formado em jornalismo pela Escola de Comunicação da UFRJ e cursa mestrado em Políticas Públicas na FLACSO Brasil. Carioca, apaixonado por carnaval e pela América Latina, é repórter da sucursal do Rio de Janeiro da Revista Fórum e apresentador do programa Fórum Global
Ministério da Saúde bancou viagens de médicos para disseminar cloroquina em Manaus
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

O ministro Eduardo Pazuello não foi sozinho a Manaus para disseminar o uso precoce da cloroquina contra a Covid-19. O medicamento, que não tem eficácia comprovada contra a doença, fez o Ministério da Saúde pagar passagens e diárias para 11 médicos defensores do tratamento. A ação aconteceu antes de Manaus ficar sem oxigênio.

Segundo dados da coluna Painel, da Folha de S. Paulo, o Ministério da Saúde bancou as passagens e “Missão Manaus”. montada por Mayra Pinheiro, secretária do ministério conhecida como "Capitã Cloroquina". Cada um dos bilhetes de viagem custou entre R$ 2.783 e R$ 4.535 e os participantes ainda teriam recebido diárias de R$ 655 cada.

Esses valores foram retirados do Painel de Compras do Ministério da Economia.

Quatro dos 11 integrantes tiveram seus nomes revelados pela Folha: Luciana Cruz, Helen Brandão, Ricardo Ariel Zimerman, Gustavo Pasquarelli.

A Fórum confirmou que eles aparecem no Painel de Compras. Apenas com os 4, foram R$ 10 mil gastos em passagens e R$ 2,6 mil em diárias. Um dinheiro que poderia ter sido investido em cilindros de oxigênio.

A missão montada para disseminar o tratamento sem comprovação científica foi montada um dia depois das pasta já estar ciente da possível escassez de oxigênio na capital do Amazonas.

Confira os números no Painel, da Folha

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