CPI: Renan quer mais tempo para apresentar relatório final

O presidente da comissão, Omar Aziz, reagendou a leitura do relatório para quarta-feira, mas o relator quer um prazo maior para pacificar entendimentos

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Escrito en POLÍTICA el

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI do Genocídio, disse neste domingo (17) que gostaria de um prazo maior para a apresentação do relatório final da comissão. A declaração acontece após o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), confirmar que a leitura do texto seria na próxima semana apesar de o adiamento da votação. A comissão deve pedir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por 11 crimes.

“Acho que qualquer prazo será bom para pacificarmos diferenças com relação à caracterização de conduta e utilização de diferentes tipos penais. Mas defendo que haja um prazo maior para leitura e depois para votação", afirmou Renan às jornalistas Talita Laurino e Manoela Alcântara, do Metrópoles.

“O importante é que tenhamos tempo para conversar e aparar diferenças, que se existirem serão naturais. Minha disposição é total. O relatório será da maioria”, completou.

A leitura do relatório seria inicialmente na terça-feira (19), mas, por enquanto, foi adiada para o dia seguinte. Esse novo prazo teria sido definido pelos senadores em razão de divergências internas do chamado “G7” – de oposição e independentes.

A imputação de Bolsonaro pelo crime de genocídio indígena, o indiciamento do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e a inclusão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e atual ministro da Defesa, no relatório seriam os pontos críticos.

Em entrevista à CNN Brasil, Aziz afirmou que a leitura ficará para o dia 20 e a votação será no dia 26. Ao que parece, Renan ainda pretende convencer o colega a mudar de ideia.

Relatório final

Trechos do possível relatório, de 1.052 páginas, foram antecipados pelo Estadão neste domingo. O texto deve imputar a Bolsonaro e a Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, o crime de homicídio qualificado. Serão indiciadas 66 pessoas, incluindo os filhos do presidente, ministros e deputados da base bolsonarista.

Além de Pazuello e Braga Netto, podem ser incluídos Marcelo Queiroga, atual ministro da Saúde, e Onyx Lorenzoni, ministro do Trabalho.

Bolsonaro deve ser indiciado pelos crimes de pandemia com resultado de morte, infração a medidas sanitárias preventivas, emprego irregular de verba pública, incitação ao crime, falsificação de documentos particulares, charlatanismo, prevaricação, crime contra a humanidade, genocídio de indígenas, crime de responsabilidade e homicídio comissivo por omissão no enfrentamento da pandemia.