O relatório final da CPI da Covid vai indiciar o presidente Jair Bolsonaro por ter cometido três crimes contra a humanidade: no caso de Manaus, quando a população foi utilizada como experimento para testar a cloroquina; no caso da Prevent Senior; e em crimes os povos indígenas.
Em entrevista coletiva antes da leitura do relatório final, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que o crime contra a humanidade permanece e que houve acordo entre os todos os líderes da Comissão.
“Nós pacificamos entendimento. Sobretudo com relação a permuta do indiciamento por genocídio contra indígenas, que foi substituído por mais um tipo de indiciamento de crimes contra a humanidade e pela retirada do crime de genocídio em função da sua qualificação e de termos aceitos argumentos técnicos do senador Alessandro Vieira”, revelou.
Com relação a pessoas indiciadas, foi retirada apenas o nome do pastor Silas Malafaia. Ao final, ficaram 69 pessoas indiciadas.
“Nós estamos tratando de quase 70 indiciados numa investigação coletiva parlamentar e com 29 tipos penais diferentes. Ter divergência em torno de um ou de dois (tipos de crime), substitui um e trocar o outro por um terceiro indiciamento de crime contra a humanidade… Em um contexto que a sociedade cobra a responsabilização de pessoas que participaram, direta e indiretamente, desse morticínio, é quase uma unanimidade", destacou Calheiros.
Questionado novamente sobre a retirada da tipificação por crime de genocídio contra o presidente Bolsonaro, Calheiros afirmou que o tipo de crime foi trocado por mais um indiciamento por Crime contra a humanidade.
"O genocídio não foi retirado, ele foi trocado por mais um indiciamento de crime contra a humanidade. Ele (Bolsonaro) será indiciado por crime contra a humanidade na questão da Prevent Senior, Manaus e agora, também, dos povos indígenas. O que foi retirado foi o crime de homicídio e aproveitei a oportunidade para agravar ainda mais esse crime, qualificá-lo ainda mais, por que estende a sua pena para 30 anos”, explicou.
Por fim, o relator da CPI afirmou que o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, tem o “dever de observar tudo o que foi investigado pela Comissão”.
Abaixo confira a versão final do Relatório da Comissão:
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