O economista Marcos Coimbra, presidente do Vox Populi, apontou que a eleição presidencial de 2022 é a mais previsível da história recente, em razão da ampla vantagem que o ex-presidente Lula apresenta nas pesquisas. Coimba comentou durante o Jornal da Fórum sobre levantamento do Vox Populi divulgado nesta quinta-feira (11) que mostra que Lula venceria no 1º turno com grande margem.
"Em 2022 temos de um lado um estafermo como Bolsonaro e, do outro, uma liderança política [Lula] com esses atributos... Em condições normais de temperatura e pressão, é a eleição mais previsível de nossa história recente. Quer dizer que já resolveu? Não...", afirmou o presidente do Vox Populi durante entrevista ao jornalista Luís Costa Pinto no Jornal da Fórum.
Ao ser questionado pela jornalista Cynara Menezes sobre o possível impacto das fake news, Coimbra disse que não é possível prever como isso impactará e lembrou da pressão do Alto Comando Exército contra o STF para impedir a soltura de Lula em 2018. "Isso já não entra nas 'condições normais de temperatura e pressão'... Sempre pode aparecer um general que mande um tuíte para o presidente do STF e ele ceda aos interesses dos miitares...", apontou o presidente do Vox Populi.
Marcos Coimbra rejeita "antipetismo" como explicação para a vitória de Bolsonaro em 2018
Durante a entrevista, Marcos Coimbra voltou a minimizar o impacto do chamado "antipetismo" nas eleições de 2018. "Nas pesquisas, os que dizem não gostar do PT somam algo como 20%. Tem uma parte da intelligentsia conservadora brasileira que gosta de explicar 2018 como se fosse decorrência de algo que o eleitor quis. O antipetismo seria um sentimento do eleitor e Bolsonaro teria ganho porque as pessoas não gostam do PT. Com isso, você se poupa de discutir intervenção militar, manipulação do judiciário, mídia altamente dirigida, mercado financeiro com Bolsonaro... O resultado das eleições de 2018 é uma confluência disso", afirmou.
"Faltando 40 dias para as eleições, o Datafolha mostrou que Lula tinha 39% e Bolsonaro, 19%. Se dependesse do eleitor, mesmo preso, Lula teria passado para o segundo turno com o dobro de Bolsonaro e, provavelmente, teria vencido a eleição. Isso sugere que o antipetismo é algo muito menor do que a explicação do que aconteceu naquela eleição", completou Marcos Coimbra.