Sara Winter diz que Heleno mandou mirar o STF e Bolsonaro listou alvos

“Não tem mais como defender Bolsonaro. Mas se ele pedir para os bolsonaristas comerem merda, as pessoas vão comer”, diz Sara Winter, que planeja morar no México por "medo do governo"

Sara "Winter" Geromini com Jair Bolsonaro, na época dos protestos contra o STF e depois que foi abandonada pelo clã presidencial (Montagem)
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Mais uma arrependida da horda bolsonarista, Sara "Winter" Geromini, que foi presa após liderar o chamado "acampamento dos 300", afirmou que a milícia virtual bolsonarista que deixou as redes para se instalar na Praça dos Três Poderes em Brasília obedecia ordens diretas de Jair Bolsonaro (Sem partido) e recebeu do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, a missão de mirar o Supremo Tribunal Federal (STF).

“Ele pediu para deixar de bater na imprensa e no Maia e redirecionar todos os esforços contra o STF”, disse em entrevista direto do brechó da mãe em São Carlos, no interior de São Paulo, a Eudes Lima, da revista Istoé.

Segundo Geromini, que se colocava como uma das principais guerrilheiras do governo, seu parceiro na liderança do acampamento, o blogueiro Oswaldo Eustáquio, recebeu de Bolsonaro a lista de desafetos que deveriam "investigar e subir o tom". Ela, no entanto, não revelou os nomes à reportagem.

Ela ainda apontou Carlos e Eduardo Bolsonaro como "cães de guarda" do pai e sinalizou que o "fio da meada" para encontrar o elo entre o clã Bolsonaro e as milícias reais, do Rio de Janeiro, passa pela Assembleia Legislativa fluminense.

Medo do governo e "comer merda"

Arrependida do apoio ferrenho o governo, Geromini diz que não tem mais como defender Bolsonaro. “Não tem mais como defender Bolsonaro. Mas se ele pedir para os bolsonaristas comerem merda, as pessoas vão comer”.

A ex-bolsonarista afirmou ainda que "rachadinhas e milícias são assuntos proibidos" entre os apoiadores do presidente, que tem medo do que pode acontecer e planeja viver com o filho no México.

“Tenho medo da esquerda, medo de um fanático e medo do governo. Em janeiro eu anunciei que eu ia contar tudo que eu sabia sobre o bolsonarismo. O Planalto surtou e fez uma reunião ministerial. A Damares foi chamada. Eu não sabia o que eles tinham tanto medo do que eu possa tornar público”.