Prévias PSDB: Pane em aplicativo acirra ânimos entre tucanos e partido vive clima de "tapetão"

Comissão organizadora das prévias do PSDB decidiu adotar um aplicativo próprio ao invés de aderir ao sistema da Justiça Eleitoral

Eduardo Leite e João Doria, pré-candidatos do PSDB - Foto: Rodger Timm/Governo do RS
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As prévias presidenciais do PSDB seguem imersas em polêmicas. O aplicativo escolhido para realizar a votação segue com instabilidades e poucos filiados conseguiram votar neste domingo (21). Isso gerou revolta entre os pré-candidatos.

O governador de São Paulo, João Doria, e o ex-ministro Arthur Virgílio Neto anunciaram que foram juntos à sede do PSDB para cobrar lisura no processo eleitoral. "Estamos a caminho, Arthur Virgílio e eu, da sede do PSDB para reunião com Bruno Araújo. Nossa posição é clara. Queremos prévias, lisura e que todos os filiados cadastrados tenham direito garantido ao voto!", tuitou.

Os dois pré-candidatos eram críticos do modelos de votação via aplicativo e defendiam a adoção do sistema da Justiça Eleitoral, com urnas eletrônicas.

"Defendemos as prévias e a lisura do pleito. As pessoas não estão conseguindo votar e isso é descabido. Mas a democracia deve prevalecer, sempre!", disse Virgílio. "No Amazonas, já seria difícil uma eleição normal no interior. Pessoas se reuniram para votar e não estão conseguindo. Sempre defendi votação universal, não foi possível e eu aceitei. Agora, não posso aceitar que aqueles que se cadastraram não possam exercer seu direito de voto", completou o pré-candidato.

A escolha do modelo por aplicativo se deu pela Comissão Organizadora da Prévias. Nos últimos dias, os dois coordenadores desse grupo anunciaram apoio ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O aplicativo de votação, inclusive, foi concebido no RS.

Os problemas na votação podem provocar um adiamento das prévias até segunda-feira (22). Apoiadores de Leite defendem até mesmo que o processo vá para 2022, segundo a CNN Brasil. Isso é visto por apoiadores de Doria como uma forma de burlar o processo, um "tapetão".

A campanha de Doria voltou a criticar a comissão, comandada por dois apoiadores de Leite. "A raposa estava cuidando do galinheiro", repetiu Wilson Pedroso, coordenador da campanha do governador paulista, à jornalista Daniela Lima, da CNN. Pedroso já havia dado declaração similar após o senador José Anibal e Marcus Pestana, membros da comissão, anunciaram adesão a Leite.

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