Cientista político Felipe D'Ávila será candidato a presidente pelo Novo

Sem experiência na vida pública, ele foi coordenador do programa de governo de Geraldo Alckmin em 2018 e é casado com a empresária Ana Maria Diniz, filha do dono do Carrefour Brasil

Facebook/Luiz Felipe D'Ávila
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Conhecido por suas posições em defesa do liberalismo e do empresariado, o partido Novo anunciou nesta quarta-feira (3) o lançamento da pré-candidatura de Luiz Felipe D'Ávila à presidência da República. Em 2018, a legenda concorreu com o empresário João Amoêdo, que teve apenas 2,5% dos votos.

Sem experiência na vida pública, Felipe D'Ávila é cientista político e foi coordenador do programa de governo do então candidato Geraldo Alckmin (PSDB) em 2018. Ele é casado com a empresária Ana Maria Diniz, filha de Abílio Diniz, dono do Carrefour Brasil e fundador da rede de mercados Pão de Açúcar.

D'Ávila é fundador do VirtuNews, um site de jornalismo focado na agenda liberal. Ele comanda um programa no Youtube chamado "Lado D", que já trouxe como convidados a médica e ex-BBB Thelma Assis e o também presidenciável Luiz Henrique Mandetta.

Com uma agenda liberal, ele quer se firmar como mais um nome da chamada "terceira via", que custa a decolar no Brasil. Segundo o presidente do Novo, D'Ávila será uma opção "contra os extremos populistas".

Em suas redes sociais, as publicações criticam os governos tanto de Jair Bolsonaro (Sem Partido) quanto do ex-presidente Lula (PT). Ao mesmo tempo que reprova medidas tomadas pelo atual presidente, D'Ávila é contra, por exemplo, o funcionalismo público.

O agora pré-candidato também fundou a Editora D'Avila, responsável pela publicação das revistas "República" e Bravo". Ele também é autor de livros de história e política, como "Os Virtuosos e Caráter e Liderança – Nove Estadistas que Construíram a Democracia Brasileira", onde exalta, por exemplo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC).

Foi também o criador do Centro de Liderança Pública (CLP), uma organização que, segundo descrição no site oficial, "busca engajar a sociedade e desenvolver líderes públicos para enfrentar os problemas mais urgentes do Brasil".

Novo está cada vez menor

Lançando um candidato à Presidência pela segunda vez, o partido Novo enfrenta um problema: está cada vez menor. Em setembro deste ano, o número de filiados estava em 36.623, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. No mesmo mês de 2019, a legenda tinha 48.539 associados. Já em setembro de 2020, esse número havia caído para 42.158 – naquele ano, a sigla elegeu apenas um prefeito, em Joinville (SC).

Em março de 2020, Amoêdo renunciou à presidência do Novo, cargo em que estava desde a fundação do partido. Filiados da legenda foram pegos de surpresa ao serem avisados sobre a saída por e-email.

Correligionários informaram que a decisão de Amoêdo se deu porque ele queria se dedicar mais à Fundação Brasil Novo, como membro do conselho curador. Já nos bastidores, especulou-se que o empresário teria tomado a decisão pois desejaria assumir uma postura mais combativa contra o governo de Jair Bolsonaro.