Para além dos precatórios: 2 deputados do PDT são contra impeachment de Bolsonaro e 11 não se posicionam

Levantamento feito pela plataforma ImpiXÔmetro vem em meio à polêmica diante da posição da bancada do partido a favor de projeto do governo; confira

Bancada do PDT na Câmara em fevereiro de 2019 (Divulgação)
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A principal discussão no meio político, nesta quinta-feira (4), é a posição da bancada do PDT, partido do pré-candidato à presidência, Ciro Gomes, em favor da PEC dos Precatórios, proposta encabeçada pelo governo Bolsonaro aprovada, no primeiro turno, na Câmara.

Diferente de outros partidos de oposição, a bancada pedetista orientou voto "sim" à PEC, defendida por Jair Bolsonaro e Paulo Guedes para viabilizar o programa eleitoreiro Auxílio Brasil através do calote nos precatórios. Essa posição fez Ciro Gomes vir à público para dizer que discorda de sua legenda e que vai "suspender" sua pré-candidatura até que a bancada do partido reveja seus votos.

Ao todo, dos 24 deputados da bancada pedetista, 15 seguiram a orientação e votaram sim, 6 votaram não e 3 estiveram ausentes.

Não é só com relação à PEC dos Precatórios, no entanto, que o PDT tem posicionamento divergente entre seus parlamentares. Apesar da direção nacional do PDT apoiar o impeachment de Jair Bolsonaro e já ter assinado pedidos, 2 deputados da sigla são contra o afastamento do chefe do Executivo.

O levantamento foi feito pelo ImpiXômetro, plataforma online que monitora o posicionamento dos deputados com relação a abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro. Segundo os organizadores da ferramenta, 12 parlamentares pedetistas já se posicionaram publicamente a favor do impeachment do presidente, mas 11 deputados da sigla ainda estão "no muro", isto é, não deram posicionamento público sobre o tema.

Os dois congressistas do partido contra o impeachment são o Subtenente Gonzaga (PDT-MG) e Flávio Nogueira (PDT-PI).

"A votação da PEC dos Precatórios levou Ciro Gomes a declarar que suspenderia sua candidatura à presidência pelo partido até que a bancada mude de posição. O que o presidenciável tem a dizer sobre o impeachment?", questiona postagem do ImpiXômetro sobre o assunto.

https://twitter.com/impixometro/status/1456293032253394944

ImpiXÔmetro monitora posicionamentos e faz pressão

Foi lançada em outubro a plataforma “impiXÔmetro”, uma iniciativa do Desdobra Coletivo que visa ajudar os cidadãos a acompanhar as movimentações na Câmara dos Deputados pelo impeachment de Jair Bolsonaro.

Trata-se de um site que monitora a posição de cada deputado sobre o afastamento do chefe do Executivo. Segundo a apuração mais recente do impiXÔmetro, até o momento 117 parlamentares declararam voto favorável ao impeachment, 154 se posicionaram de maneira contrária e 241 congressistas ainda não têm uma posição sobre o assunto. Para que um processo de impeachment seja aberto, são necessários 342 votos.

Segundo o Desdobra Coletivo, a apuração da posição dos parlamentares foi feita através de contatos por e-mail e telefone com cada gabinete, busca nas redes sociais e declarações à imprensa nos últimos 3 meses. Os posicionamentos dos deputados foram classificados da seguinte maneira: a favor, contra e “no muro”.

Ao todo, a Câmara já recebeu 137 pedidos de impeachment contra Bolsonaro, que estão parados na gaveta do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Diante deste cenário, a plataforma online disponibiliza não só a posição dos parlamentares para o acompanhamento da população, mas também ferramentas para que os cidadãos pressionem Lira a instaurar um processo de impeachment baseado em uma das peças protocoladas.

“Acreditamos que não existe ameaça maior para a democracia, a diversidade e o combate à desigualdade do que o projeto político representado por Jair Bolsonaro”, afirma Nicolau S. Soares, jornalista e membro do Desdobra.

A plataforma ainda será aprimorada e sua versão completa, cujo lançamento está previsto para novembro, permitirá que os cidadãos conheçam a posição de cada deputado sobre o impeachment de forma individual, com as mesmas possibilidades de pressão, e ainda oferecendo filtros para buscas por partido e estado. Também será feito um cruzamento com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o usuário possa checar como o deputado mais votado de sua região se posiciona com relação ao impeachment.

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