Moro cola em Luciano Huck e busca Armínio Fraga para criar narrativa neoliberal

Moro tem colado no apresentador global, que desistiu da pré-candidatura ao Planalto para ocupar o lugar de Fausto Silva, para se aproximar de tótens neoliberais, como Armínio Fraga e Pérsio Arida, historicamente ligados ao PSDB

Sergio Moro e Luciano Huck (Reprodução/Instagram)
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Às vésperas de assumir definitivamente a carapuça de político de fato, no evento de filiação ao Podemos que acontece nesta quarta-feira (10), Sergio Moro tem buscado colar sua imagem à do apresentador da Globo, Luciano Huck, que abandonou a pré-candidatura após ser alçado para o lugar de Fausto Silva no comando dos domingos da emissora da família Marinho.

Moro, que contou com o auxílio imprescindível da Globo para construir a narrativa da Lava Jato, agora busca quadros alinhados ao apresentador para criar sua roupagem de neoliberal.

Para isso tem buscando toténs neoliberais historicamente ligados ao desmonte do Estado proposto durante o governo FHC.

Segundo reportagem de Pedro Venceslau, Brenda Zacharias e Luiz Vassallo, no Estadão - outro veículo que se esforça pela pré-candidatura do ex-juiz -, Moro teria se encontrado com Armínio Fraga e estaria construindo pontes com Pérsio Arida.

Os dois economistas presidiram o Banco Central durante o governo FHC. Arida foi também presidente do BNDES no governo Itamar Franco e uma das principais cabeças por trás do Plano Real, adotado pelo então presidenciável tucano.

MBL e "patrocínio" da Veja

Além de colar sua imagem à Huck e agentes do mercado ligados ao PSDB, Moro tenta atrair os novos neoliberais buscando se reaproximar do Movimento Brasil Livre e outros grupos que deram sustentação à Lava Jato e ao golpe parlamentar de 2016.

Líder do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri (DEM-SP), eleito deputado na esteira das manifestações contra Dilma Rousseff e o PT disse que precisa “ver se o Moro fala a nossa língua”.

“Conversar a gente conversa, agora vai depender de ele sinalizar mais para as pautas liberais, ir além do discurso de combate à corrupção, se comprometer com a reforma administrativa e a tributária”, disse o parlamentar.

Porta-voz do neoliberalismo no país, a revista Veja também já embarcou na candidatura do ex-ministro de Jair Bolsonaro (sem partido) e patrocinou um post nas redes sociais para divulgar uma reportagem com a chamada “Sergio Moro planeja disputar a presidência e já monta equipe de campanha”.