No Programa do Bial, Doria diz que foi enganado por Bolsonaro e bajula Moro

O tucano afirmou que tanto ele quanto o ex-juiz têm condições de ser a “terceira via” nas eleições presidenciais de 2022

O tucano João Doria - Foto: Reprodução/TV Globo
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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pré-candidato à presidência em 2022, afirmou que foi enganado por Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018.

“Fomos enganados e eu não cometo o mesmo erro duas vezes. Compramos um sonho e recebemos um pesadelo. Bolsonaro prometia um governo liberal, um governo com Moro defendendo a justiça, a Lava Jato, que respeitaria a lei, a ordem e a independência dos poderes e logo no início do governo ele abandonou esses princípios”, disse o tucano, em entrevista ao programa “Conversa com Bial”, exibido na madrugada desta sexta-feira (10), na Rede Globo.

Como se não conhecesse Bolsonaro, o governador paulista se disse arrependido pela aliança “Bolsodoria”.

“Ele dizia que era contra a reeleição e começou defendendo. Prometeu um governo liberal com Paulo Guedes, desestatizante e o que aconteceu? Nada. Ele fez tudo diferente do que havia prometido. E para piorar, na pandemia, se mostrou um negacionista, hoje classificado como o maior negacionista do mundo”, acrescentou, em resposta a Pedro Bial.

Tucano diz que possível aliança com Moro só será definida em abril  

Doria ainda aproveitou para bajular Sergio Moro (Podemos), também pré-candidato ao Planalto em 2022, e afirmou que tanto ele quanto o ex-juiz, julgado incompetente e suspeito pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nas ações contra Lula, têm condições de ser a “terceira via” nas eleições.

“Acredito. Construí minha vida agregando, somando, reunindo as pessoas. Foi o que mais fiz na atividade empresarial. E, agora, em 2022, não será diferente. Tanto com Sergio Moro, quanto com outros que certamente vão trilhar essa grande avenida democrática social que estará longe dos extremismos. Uma frente liberal social, pelo Brasil e pelos brasileiros. Uma frente pelo Brasil”, disse.

Em relação a uma possível aliança com Moro, o tucano declarou: “Não discutimos esse tema porque seria precipitado. O tempo da política é diferente do nosso tempo. Essa cristalização só vai acontecer em abril do ano que vem. Tenho um projeto efetivo para o Brasil”, disfarçou.

Doria e Moro se reuniram esta semana, na casa da presidente do Podemos, Renata Abreu, para discutir uma possível união. Ambos conversaram para selar um pacto de não agressão e até abril vão decidir a possibilidade de uma aliança. No entanto, a tentativa pode se transformar em um impasse, pois nenhum dos dois pretende abrir mão da cabeça de chapa.

“De Lula, quero distância”, afirma Doria, que busca união com Moro

Em relação às negociações sobre uma possível aliança Lula-Alckmin para as eleições presidenciais de 2022, o governador de São Paulo afirmou: “Respeito a trajetória (de Alckmin). Mas de Lula, quero distância. Não me associo e nem me identifico com ele em nada. Venci Lula, Haddad e Dilma em 2016 pela prefeitura de São Paulo. Respeito a posição, mas estarei do outro lado. Combatendo Lula”.

Doria declarou, ainda, que pretende cumprir uma agenda liberal e privatizar empresas como a Petrobras.