O jornalista, professor universitário e ex-candidato ao governo de São Paulo pelo PSOL, Gilberto Maringoni, afirmou no programa Fórum Onze e Meia, nesta quarta-feira (22), que não vê problemas na provável chapa que poderá reunir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que acabou de deixar o PSDB.
De acordo com ele, “a tarefa principal que a gente tem agora é ganhar essas eleições e isso não está dado”. Para o jornalista, “as performances do Lula nas pesquisas são impressionantes e muita gente já dá como certa a vitória. Eu prefiro ter cautela, porque a gente tem dez meses até outubro e essa campanha promete ser selvagem, do ponto de vista das redes sociais, das fake news, daquilo que o Bolsonaro e Steve Banon são capazes de fazer, mas também da violência física. Vai ser uma eleição pautada por um Brasil miliciano”.
Aceno à direita
Maringoni lembra que “o Lula está fazendo um aceno à direita”. Para ele, “Alckmin não é centro, ele é direita. E eu não acho que isso seja um problema, como as pessoas estão colocando. O PT teve dois vices de direita, que foram Zé Alencar e o Michel Temer, com uma diferença. O Alencar era um empresário leal e, em vários temas de política econômica ele estava à esquerda do Lula, do Palocci e do Zé Dirceu, ou seja, à esquerda da cúpula do governo, em especial na política de juros”, lembrou.
“Não me consta também que foi o Michel Temer quem impôs o Joaquim Levy e aquele cavalo de pau na economia em 2014 e 2015”, ironizou. “Eu não acho que o problema seja o Alckmin. Eu vou ficar muito preocupado é se o Lula, em um hipotético governo, colocar um genérico do Joaquim Levy ou um Palocci, um Nélson Barbosa na Economia”.
Getúlio
Marinogni lembrou ainda que “o vice, nessa situação agora, é um vice pra fazer campanha. Claro que ele sinaliza um aceno à direita, claro que ele sinaliza um aceno a uma parte do pessoal que deu golpe na Dilma e que apoiou a prisão dele. Agora, o que o Lula quer fazer é, em uma situação em que ele ganha força e legitimidade, procurar colocar esses setores em um rumo democrático. O Getúlio Vargas tinha muito isso: ‘prefiro ter os inimigos comigo do que eles soltos fora de mim’”, concluiu.