Durante transmissão ao vivo realizada nesta quinta-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez pouco caso da ajuda humanitária oferecida pela Argentina para ajudar a Bahia à enfrentar as consequências das fortes chuvas que provocaram inundações e já deixaram 25 mortos. A declaração parece ter alarmado o ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, que ligou para o presidente no meio da live.
Bolsonaro tentou justificar a recusa à ajuda humanitária à Bahia alegando que o que foi oferecido pela Argentina não ajudaria o estado. Segundo ele, os 10 agentes dos Capacetes Brancos não seriam úteis.
No entanto, o apoio ofertado pelos argentinos foi bem recebido pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT). Costa aceitou a ajuda mesmo com a recusa do Ministério das Relações Exteriores. O governo estadual classificou a equipe de argentinos como "dez profissionais especializados nas áreas de água, saneamento, logística e apoio psicossocial para vítimas de desastres".
Logo após Bolsonaro reclamar da ajuda Argentina à Bahia e fazer provocações sobre a Venezuela, o telefone do presidente tocou. O mandatário logo se irritou com a ligação e perguntou a um assessor quem era que ligava em meio à live. Era o chanceler Carlos Alberto França, responsável por recusar a oferta dos argentinos.
O presidente não atendeu, mas mandou um assessor ligar para o ministro.
25 mortes na Bahia
Segundo dados atualizados pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) nesta quinta-feira (30), o número de vítimas fatais chegou a 25. Além disso, são 37.035 desabrigados, 54.771 desalojados e 517 feridos.
A vítima da vez foi um homem de 45 anos, que se afogou no distrito do Rio do Braço, na zona rural de Ilhéus. As localidades com vítimas fatais são: Amargosa (2), Itaberaba (2), Itamaraju (4), Jucuruçu (3), Macarani (1), Prado (2), Ruy Barbosa (1), Itapetinga (1), Ilhéus (3), Aurelino Leal (1), Itabuna (2), São Félix do Coribe (2) e Ubaitaba (1).
Os números correspondem às ocorrências registradas em 163 municípios afetados. Desse total, 151 estão com decreto de situação de emergência.