No STF, Kassio Nunes atua para evitar derrotas de Bolsonaro

Em pelo menos três processos com placar que já indicavam derrota do governo, o ministro interveio para adiar término da votação

O ministro Kassio Nunes - Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques pode não ser "terrivelmente evangélico", mas, pelo visto é "terrivelmente bolsonarista".

Primeiro indicado do presidente para ocupar uma cadeira na Corte, Nunes Marques tem atuado para evitar derrotas do governo Federal na suprema corte em pelo menos três processos.

Dessa maneira, Nunes Marques suspendeu o julgamento em andamento sobre os decretos de Bolsonaro que facilitam o acesso a armas; também interveio em um pedido do governo contra inquéritos abertos pelo Supremo e sobre uma portaria que proíbe a demissão de pessoas não vacinadas.

Demissão dos não vacinados

O julgamento do pleno do STF já marca 4 votos contra nenhum favorável ao decreto que proíbe a demissão dos não vacinados.

Para evitar a iminente derrota do governo federal, Nunes Marques fez um pedido de destaque para que o processo seja analisado da forma presencial.

A matéria diz respeito a autorizar empresas a demitirem funcionários não vacinados, que o presidente Bolsonaro é contra.

Decreto sobre armas

Se utilizando de outro instrumento do STF, o pedido de vistas - quando o ministro pede mais tempo para analisar a matéria em questão -, Nunes Marques o utilizou no caso do decreto presidencial que facilitar o acesso a armas.

Neste julgamento, o placar estava 3 votos contra o decreto e 0 a favor, ou seja, tendência de derrota para o governo federal.

Terrivelmente bolsonarista

Além dos processos em questão, a atuação de Nunes Marques em prol do governo Bolsonaro pode ser conferida em outras questões.

O ministro questionou prefeitos e governadores sobre decretos locais que suspenderam as atividades religiosas.

De forma monocrática, Nunes liberou os cultos e missas presenciais. Porém, o caso, quando levado ao plenário, a decisão do ministro foi derrubada por 9 votos a 2.

Terrivelmente evangélico

Na semana passada o ex-AGU André Mendonça, que é pastor presbiteriano teve o seu nome aprovado para ocupar uma cadeira no STF.

A partir de agora, o presidente conta com dois ministros que devem atuar em prol das pautas de interesse ao governo federa.

Minutos depois de ser aprovado pelo plenário do Senado para integrar o Supremo Tribunal Federal (STF), onde deu várias declarações moderadas em defesa da laicidade do Judiciário, o recém-nomeado ministro André Mendonça, um evangélico radical apadrinhado de Jair Bolsonaro, já fez um discurso de forte teor religioso.

“Um passo para o homem, mas um salto para os evangélicos. Uma responsabilidade muito grande, uma nação de 40% dessa população que hoje é representada no Supremo Tribunal Federal”, declarou o ex-advogado-geral da União, um dos mais fundamentalistas pentecostais integrantes do governo extremista de Bolsonaro.

Com informações do UOL