A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) fez um duro discurso nesta sexta-feira (19) ao defender a aprovação do relatório da deputada Magda Mofatto (PL-GO), favorável à manutenção da prisão do bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ).
"É cada vez mais notório o grau de crimes cometidos pelo deputado Daniel Silveira", disse a parlamentar em trecho do discurso que classificou Silveira como um "criminoso delinquente".
Em crítica ao presidente Jair Bolsonaro, Melchionna apontou que Silveira faz parte de uma extrema-direita "que defende a ditadura do capital com a supressão das liberdades democrática" e que "faz o país sangrar" durante a pandemia.
"Lugar de fascista é na cadeia ou na lata do lixo da história. Ou em ambos", afirmou a parlamentar, que lembrou que Silveira quebrou a placa da ex-vereadora Marielle Franco durante campanha eleitoral e já disse que ia dar um tiro em manifestantes antifascistas.
A deputada, no entanto, disparou críticas contra outras figuras da extrema-direita. "Lugar de fascista não é na Comissão de Constituição e Justiça. Lugar de fascista não é na Secretaria de Comunicação da Câmara", afirmou Melchionna, em referência a Bia Kicis (PSL-DF) e Carla Zambelli (PSL-SP).
"Esse é um primeiro passo contra uma direita fascista que tem alguma representação na Câmara e também usa recursos públicos do Planalto para proibir fake news, gabinete do ódio", declarou.
Maria do Rosário
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) também esteve entre as que defenderam a prisão de Silveira no tempo destinado à discussão do relatório de Mofatto.
"O STF, ao tomar esta decisão, a toma após reiteradas ações inadequadas por parte do parlamentar. A imunidade parlamentar não é elástica", considerou.
"Ele defende o AI-5 que torturou, matou, perseguiu, fez pessoas desaparecerem. Rubens Paiva, deputado desta casa. Ulisses Guimarães. Cabe à Câmara recuperar o seu papel de defesa da Constituição não permitindo que nenhum de seus integrantes ataque a democracia, a República e as instituições", apontou ainda Rosário.
A deputada ainda afirmou que "quando há essa apologia ao ódio ocupando o lugar da política nós vamos mal". "O relatório da deputada Magda é uma peça pela democracia", finalizou.
Prisão
Investigado no inquérito dos atos antidemocráticos, Silveira foi preso na última terça-feira (16) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após divulgar vídeo com novos ataques a ministros da Corte e defendendo o AI-5, instrumento mais repressivo da ditadura militar brasileira. A prisão foi chancelada de forma unânime pelos outros ministros do STF e, depois, confirmada em audiência de custódia.
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