Lula diz que se fosse presidente da República, general Villas Bôas seria exonerado

“Ele não está lá para dar palpite na política. Ele não está lá para decidir que vai ser presidente ou não. Quem tem que decidir é a sociedade civil, através do voto”, declarou o ex-presidente

Foto: Cyla RAMOS/@cylabg2
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Em coletiva nesta quarta-feira (10), Lula reafirmou seu respeito pelas Forças Armadas. Porém, disse que se fosse presidente da República teria exonerado o general Eduardo Villas Bôas, que, às vésperas do julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF), em 2018, postou nas redes sociais mensagem em tom de ameaça de golpe, caso Lula fosse solto.

Em compensação, o ex-presidente afirmou não levar a sério a carta do Clube Militar, divulgada esta semana, dizendo que: “Alguém acredita que algum desses processos chegará a transitar em julgado (depois de centenas de recursos) com o ‘paciente’ vivo? Lugar de ladrão é na cadeia…. mas não no Brasil onde aqueles que julgam são alinhados políticos daqueles que são julgados”, escreveu o general Eduardo José Barbosa, em referência a Lula.

“Eu fiquei preocupado com a carta do Villas Bôas. Não é correto que um comandante das Forças Armadas faça o que ele fez. E eu se fosse presidente da República e ele tivesse aquele comportamento, seria exonerado a bem do serviço público na hora. Ele não está lá para dar palpite na política. Ele não está lá para decidir que vai ser presidente ou não. Quem tem que decidir é a sociedade civil, através do voto”, ressaltou o ex-presidente.

“Eu fiquei oito anos na presidência e nunca tive um problema com os militares. O Exército, a Marinha e a Aeronáutica sabem que não teve um presidente, nem os militares, que investiu como eu nas Forças Armadas”, destacou.

Soberania

“Eu não quero Forças Armadas para ficar trabalhando em gabinete. Eu quero para cuidar da soberania desse país, para defender os interesses da nação brasileira contra os inimigos externos. Por isso é que eu defendo as Forças Armadas muito bem preparadas”, acrescentou Lula.

“Eu tenho um profundo respeito pela instituição. Trabalhei oito anos com eles em uma relação extraordinária e acho que é possível construir uma relação democrática civilizada”, completou.