Pazuello foge de responsabilidade sobre falta de oxigênio: "O que o Ministério da Saúde tem a ver?"

O ministro já admitiu que sabia da possibilidade de um colapso em Manaus seis dias antes do ocorrido

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O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, tentou se esquivar da responsabilidade sobre a falta de oxigênio nos estados do Norte do Brasil durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (15). De saída da pasta, ele disse que a garantia do insumo não era sua obrigação.

"O que o Ministério da Saúde tem a ver com produção, distribuição e logística de oxigênio? O Ministério é o cliente do oxigênio, paga pelo oxigênio para que ele seja fornecido. O resto não é nossa obrigação", disse o general durante coletiva.

O ministro é alvo de ação por parte da Procuradoria-Geral da República por conta da falta de oxigênio em Manaus, em janeiro. Outros estados estão vivendo situação similar.

Em coletiva realizada em 18 de janeiro, o ministro admitiu que sabia da possibilidade do colapso de Manaus desde a semana anterior. “No dia 8 de janeiro, nós tivemos a compreensão, a partir de uma carta da White Martins, de que poderia haver falta de oxigênio se não houvesse ações para que a gente mitigasse este problema”, afirmou Pazuello na ocasião.

Durante sabatina realizada no Senado Federal, em 11 de fevereiro, Pazuello já havia tentado se eximir da responsabilidade e se contradisse. "Os fatos relatados, puros e secos, indicam deficiência na gestão dos hospitais por dificuldades técnicas em redes de gases. Em momento algum fala-se sobre falta de oxigênio, colapso de oxigênio ou previsão de falta de oxigênio. Rede de gases são os tubos, e não o oxigênio que vai dentro. Pressurização entre o município e o estado é [questão de] regulação entre um e outro. O Ministério da Saúde não tem qualquer competência para fabricação, transporte e distribuição e oxigênio”, disse.

Saída do ministério

O ministro ainda afirmou que não irá pedir para sair da pasta. "Eu não vou pedir para ir embora. Isso não é uma brincadeira, isso aqui é sério", declarou.