"Quem tem Exército particular é dono de milícia, não chefe de Estado", diz Freixo

Deputado assina novo pedido de impeachment contra Bolsonaro ao lado de parlamentares da oposição. Peça cita sete crimes de responsabilidade em interferência nas Forças Armadas

Jair Bolsonaro (Foto: Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Deputados e senadores de diferentes partidos da oposição protocolaram nesta quarta-feira (31), dia em que se completam 57 anos do Golpe Militar de 1964, um novo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. A peça tem como alegação principal a interferência do mandatário nas Forças Armadas.

"As Forças Armadas não podem ser tratadas como milícias. Quem tem Exército particular é dono de milícia, não chefe de Estado [...] A gente precisa aprender o papel do poder público, não precisamos de uma crise política para se somar à crise sanitária", disse o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) em coletiva de imprensa sobre o novo pedido de impeachment.

O parlamentar também elogiou a decisão dos três comandantes das Forças Armadas de deixarem seus cargos após a saída do ministro da Defesa, Azevedo e Silva. "Um bom general sabe que não deve servir a um mau capitão", afirmou Freixo, que enxerga "suscetíveis tentativas de golpe" por parte do presidente no país.

O novo pedido de impeachment, que se juntará aos mais de 60 já protocolados contra o titular do Planalto, cita sete diferentes condutas de Bolsonaro que configurariam em crime de responsabilidade. Entre os pontos abordados na peça, está o suposto intuito de Bolsonaro de "utilizar das autoridades sob sua supervisão imediata para, literalmente, praticar abuso do poder".

"Estamos atuando contra a conduta do presidente, queremos que se torne proibitiva a atitude de induzir, coagir, qualquer ação das Forças Armadas além de proteger a democracia", explicou o senador Jean Paul Prates (PT-RN), líder da minoria no Senado. Segundo ele, Bolsonaro "já percorreu todo cardápio da lei de crimes de responsabilidade".

Além de Freixo e Prates, também assinam o documento o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o líder da minoria no Congresso, Arlindo Chinaglia (PT-SP).