MPF processa Weintraub por dizer que universidades públicas têm plantação extensiva de maconha

"Os ataques proferidos às universidades públicas foram insistentes e se valeram do exagero (“locais de “balbúrdia”, “festa”, “arruaça” e “cracolândia”), da distorção proposital dos fatos (“não são três pés de maconha, são plantações extensivas), diz o MPF sobre Weintraub

Weintraub se despede de Bolsonaro na demissão do MEC (Reprodução)
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A procuradora Luciana Loureiro Oliveira, do Ministério Público Federal, abriu processo por improbidade administrativa contra o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, em razão das reiteradas declarações contra a administração das universidades públicas enquanto ocupava o comando da pasta no governo Jair Bolsonaro (Sem partido).

Na ação, a procuradora diz que há um conjunto de afirmações dolosamente incorretas ou distorcidas que, para o MPF, tiveram o claro propósito de desacreditar o serviço prestado por essas instituições de ensino. Se condenado, o ex-ministro pode ter seus direitos políticos suspensos, o que o impediria de concorrer ao governo do estado de São Paulo, como vem anunciando a apoiadores nas redes sociais.

O MPF cita na ação as acusações de Weintraub - repetidas na Câmara Federal - que as universidades públicas possuíam plantações extensivas de maconha, com o uso inclusive de agrotóxico para esses cultivos.

"Dos documentos juntados, é fácil concluir que os fatos referidos na declaração do requerido - segundo a qual haveria “plantações extensivas de maconha” com utilização de agrotóxico - não são verdadeiros", diz a procuradora.

Ao ser convidado a se manifestar durante as investigações, Weintraub enviou cópias de reportagens que revelavam pés de maconha na UFRGS (dentro do quarto de um aluno) , na Unimontes e em área próxima à UnB. Esta última foi a que registrou o maior volume de pés cultivados: uma dúzia.

“Vê-se, portanto, que a suposição genérica do ministro se deu a partir de casos simplórios, pontuais e isolados de consumo e tráfico de drogas em ambientes universitários. Em todos os casos, a polícia atuou dentro dos campi, ao contrário do que fez crer o requerido”, destacou o MPF.

"Com efeito, os ataques proferidos às universidades públicas brasileiras pelo Requerido foram insistentes e se valeram do exagero (“locais de “balbúrdia”, “festa”, “arruaça” e “cracolândia”), da distorção proposital dos fatos (“não são três pés de maconha, são plantações extensivas de algumas universidades, a ponto de ter borrifador de agrotóxico”) e do falseamento de fatos já esclarecidos pelas autoridades policiais (caso do laboratório de química da UFMG que supostamente desenvolveria entorpecentes sintéticos)", diz a ação.

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