Flávio Bolsonaro pede, olhando "nos olhos", que Renan Calheiros abra mão da relatoria da CPI do Genocídio

Após apelar para o sentimentalismo e fazer ameaças veladas citando o filho do senador, o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), Flávio Bolsonaro disse ter "bom senso" e por isso não pediu para presidir a CPI do Genocídio

Renan Calheiros e Flávio Bolsonaro (Reprodução)
Escrito en POLÍTICA el

Na sessão de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, na manhã desta terça-feira (27), Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) apelou para o sentimentalismo e, olhando nos olhos de Renan Calheiros (MDB-AL), pediu para o senador que faz oposição ao governo de seu pai, Jair Bolsonaro (sem partido), que tivesse "bom senso" e abrisse mão da relatoria do caso.

"Então, senador Renan Calheiros, eu falo olhando nos seus olhos porque nada contra a sua pessoa, mas eu achava que tinha que ter um pouquinho mais de bom senso, do senhor mesmo abrir mão da relatoria", disse.

O senador, no entanto, lamentou que isso "dificilmente acontecerá" e citou o filho do medebista, o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB) para fazer ameaças veladas.

"Como parece que já há tudo articulado aqui e dificilmente acontecerá, porque além do óbvio entendimento, do senhor já ter antecipado com sua posição sobre isso tudo, publicamente há sim uma suspeição sobre o senhor. Alguém aqui vai negar que na hora que a CPI olvidar seus esforços nos repasses do governo federal para os estados, o senhor será sim, parcial, preocupado com o que pode acontercer no estado de Alagoas? É lógico que será", disse Flávio.

O filho de Jair Bolsonaro, desde o início de sua fala, disse que não pediu para ser membro da CPI da Covid por ter "bom senso".

"E se eu fosse indicado pelo senador Eduardo Braga para ser o presidente dessa comissão? Todos os que estão aqui hoje defendendo o senhor, estariam nos criticando profundamente, pressionando o presidente da casa, pressionando o presidente da CPI, para que eu não fosse o presidente dessa comissão. Só que eu não preciso dar esse trabalho para ninguém, porque eu tenho bom senso", disse.