Má gestão na pandemia deve fazer com que o Brasil tenha pior crescimento entre as dez maiores economias do mundo

O estudo foi feito por economistas do FGV Ibre a pedido da Folha, com base em dados e projeções do FMI

Jair Bolsonaro tosse durante ato de apoiadores no início da pandemia do coronavírus (Reprodução)
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Um estudo feito pelos economistas Claudio Considera e Juliana Trece, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) a pedido da Folha, com base em dados e projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgados em abril aponta que o Brasil terá o pior desempenho econômico entre as dez maiores economias mundiais.

O critério do estudo levou em conta a PPC (paridade de poder de compra), que reflete as diferenças de custo de vida entre os países.

Por este critério, a China é a maior economia mundial, seguida por EUA, Índia, Japão, Alemanha, Rússia, Indonésia e Brasil.

O Brasil teve, no ano passado, uma queda do PIB de 4,1%, acima da média mundial de 3,3%, e uma desvalorização da sua moeda de cerca de 30%, um dos piores desempenhos internacionais.

“Mesmo que o real não se desvalorize tanto neste ano, você vai ter um crescimento menor do que no resto do mundo jogando contra, porque nós não cuidamos direito da pandemia”, afirma Considera.

De acordo com o economista, mesmo que o país tenha uma recuperação em “V”, como afirma o governo, o crescimento deste ano não repõe as perdas de 2020. Mesmo que isto ocorresse, o país voltaria para o patamar de crescimento muito baixo verificado de 2017 a 2019.

A expectativa do instituto é uma variação do PIB próxima de zero no primeiro trimestre, o que pode se repetir em abril e maio, com ganho de tração nos três meses seguintes e uma nova desaceleração a partir de setembro.

“O segundo trimestre vai depender do quanto você vai conseguir vacinar de gente, porque o setor mais importante da economia, que é o de serviços, depende de interação social. Ou tem população vacinada ou não tem interação social”, afirma o economista do FGV Ibre.

Com informações da Folha

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