A Polícia Federal usou uma série de documentos como elementos contra o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que o investiga sobre uma suposta venda de decisões. Emails, agendas, anotações e mensagens por aplicativos foram anexados ao material encaminhado ao Supremo.
O STF começa a julgar nesta sexta-feira (21) o recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a validade da delação do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que afirmou que Toffoli recebeu R$ 4 milhões para favorecer dois prefeitos fluminenses em processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O ministro tem argumentando que desconhece as acusações e que jamais recebeu qualquer valor ilegal. Para a polícia, no entanto, os documentos mostram indícios da relação de Cabral com José Luiz Solheiro, que seria o intermediário de Toffoli. A informação é da Folha de S.Paulo.
Segundo Cabral, Solheiro fazia parte da sua equipe de segurança e a do ex-governador Luiz Fernando Pezão. Em apuração preliminar, a PF encontrou empresas ligadas ao ex-PM sediadas em Jundiaí (SP). Elas estão registradas em seu nome e no de um sócio.
De acordo com os investigadores, “causa estranheza o fato de essas empresas terem capital social de alto valor”. “Considerando o modo como estão dispostas, há indícios de que possam ser empresas de fachada (algumas) e/ou utilizadas para confundir e dificultar a fiscalização”, continua a PF em relatório.