Bate-boca: Douglas Garcia diz que Eduardo Bolsonaro deu aval para dossiê antifascista

Deputado estadual conservador, Douglas Garcia diz que se reuniu com Eduardo Bolsonaro para falar do dossiê. Filho do presidente acusou o aliado de ser cínico ao "expor uma reclamação publicamente"

Douglas Garcia, Eduardo Bolsonaro e Edson Salomao (Reprodução/Facebook)
Escrito en POLÍTICA el

Em bate-boca no Twitter na noite deste domingo (13), após ser atacado em duas threads por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP) acusou o filho de Jair Bolsonaro (Sem partido) de dar aval à produção do chamado dossiê de antifascistas, uma lista de críticos do governo federal pelo qual o parlamentar já foi condenado três vezes.

"Não é verdade: no final de maio do ano passado quando viajei a Brasília, estive em um almoço contigo onde dei a ideia de entregarmos o dossiê à polícia civil, polícia federal e embaixada dos EUA. Você adorou a ideia e pediu para lhe incluir nesta, foi o que eu fiz", rebateu Garcia em uma das threads, acusando Eduardo de mentir sobre o dossiê, que foi entregue pelo filho do presidente à embaixada dos EUA.

https://twitter.com/DouglasGarcia/status/1404204390051876864

Nas suas duas longas sequências de tuites, Eduardo diz que parou "de seguir Douglas, assim como ele já fez comigo, e bloqueei outros assessores seus que me batem sem qualquer motivo também" por "levar porrada e receber energia negativa.

https://twitter.com/BolsonaroSP/status/1404152116801855490

Eduardo ainda acusou Garcia de ser cínico ao "expor uma reclamação publicamente" e alertou o deputado que não permitirá vídeo com Jair Bolsonaro no ano que vem, caso o deputado paulista se candidate.

"Uma coisa é o torcedor xingar o técnico, outra é o jogador xingar o técnico. Quer independência para fazer o que bem entender, até mesmo se comportar como torcida? Eleja-se por si só. Vamos ver se ano q vem vai ter vídeo c/ JB (adianto: eu não vou me mexer para impedir)", tuitou.

https://twitter.com/BolsonaroSP/status/1404150768052146179

Guia alternativo
Criado com a intenção de intimidar antifascistas que criticavam o governo Jair Bolsonaro, o dossiê antifascista acabou tornando-se um guia alternativo de endereços bacanas nas redes, com uma lista de bares, restaurantes, espaços culturais e estúdios de tatuagem que parecem uma boa pedida para dar uma volta após a quarentena.

Um dos listados, o cartunista Carlos Latuff reforçou a bandeira. “Sim, sou mesmo antifascista, e continuarei sendo!”, tuitou.

Além das pessoas “denunciadas” – muitas delas listadas apenas por postar uma foto de Karl Marx ou seguir páginas antifas -, o relatório traz mais de vinte locais frequentadas por pessoas de esquerda e/ou com temáticas de esquerda.

Há bares, restaurantes, lanchonetes, estúdios de tatuagem, ocupações, livrarias, centros culturais, salões de beleza, lojas, rádios comunitárias e praças. Aparecem endereços em São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Carapicuiba (SP), São Bernardo do Campo (SP), Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ).

Garcia ainda lista times de futebol de várzea que trazem em seu nome referências ao antifascismo e ao socialismo.