Pedido de propina foi em restaurante que faz parte da rede Coco Bambu

Dono da rede é o bolsonarista Afrânio Barreira, empresário defensor da cloroquina que colaborou com a campanha de Jair Bolsonaro em 2018

Afrânio Barreira e Bolsonaro. Foto: Isac Nóbrega/PRCréditos: Redes Sociais
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A proposta de propina que Roberto Ferreira Dias, diretor de logística do Ministério da Saúde, foi acusado de ter feito a Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, ocorreu durante jantar no restaurante Vasto, localizado no Brasília Shopping, região central da capital federal, no dia 25 de janeiro.

O Vasto, de acordo com a coluna de Guilherme Amado no Metrópoles, é parte do Grupo Coco Bambu, que pertence ao empresário bolsonarista Afrânio Barreira, que além de defensor do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) também prega a favor do tratamento precoce e da cloroquina.

Barreira e o seu sócio, Eugênio Veras Vieira, doaram R$ 20 mil cada à campanha de Bolsonaro.

Cloroquiner

Em 2020, Barreira mandou mensagem de WhatsApp para amigos em defesa de Bolsonaro e da cloroquina. De acordo com ele no texto, “formadores de opinião” tratavam a cloroquina, um medicamento sem eficácia comprovada, como tabu, “justamente por ter sido o presidente Bolsonaro o primeiro a abordar o tema”.

“Muitos médicos, empresários e políticos quando adoeciam tomavam essas medicações. E o pior, pareciam querer esconder o seu uso, por razões obscuras, e que até hoje não entendo (…) Hoje, muitas operadoras de saúde estão usando essas medicações já nas fases iniciais, mas esse protocolo de tratamento ainda não foi aplicado por todos os governos. Quantas vidas poderiam ter sido salvas? Quantas vidas ainda podemos salvar?”, escreveu, referindo-se à cloroquina.

A denúncia

A denúncia foi feita ao jornal por Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati Medical Supply. Segundo ele, a proposta de propina foi feita pelo diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, que foi indicado ao cargo pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Barros, inclusive, é apontado como envolvido diretamente na negociata com indícios de corrupção na compra da Covaxin, vacina indiana contra a Covid-19.

Indicado por Bolsonaro

Em outubro de 2020, Bolsonaro tentou indicar Roberto Ferreira Dias para o cargo de diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O titular do Palácio do Planalto chegou a publicar no Diário Oficial da União (DOU) a indicação, mas solicitou depois que o pedido fosse desconsiderado porque vieram à tona denúncias de que Ferreira Dias tinha assinado contratos irregulares para a compra de testes de Covid como diretor no Ministério da Saúde.

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