CPI já encontrou R$ 50 milhões em transações “atípicas”

Senador Alessandro Vieira afirma que valores são atrelados a contas de empresas de Francisco Maximiliano, dono da Precisa Medicamentos, um dos pivôs do escândalo Covaxin

Sessão da CPI do Genocídio - Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado
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As quebras de sigilo bancário levadas a cabo pela CPI do Genocídio já detectaram até agora R$ 50 milhões movimentados em transações consideradas atípicas, envolvendo contas de pessoas jurídicas e físicas atreladas a Francisco Maximiliano, o dono da Precisa Medicamentos, empresa pivô do escândalo Covaxin.

A informação foi passada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), em entrevista à jornalista Miriam Leitão, e indicam que Maximiliano teria movimentado esses valores entre contas de pessoas e empresas ligadas à sua área de atuação empresarial, mas de acordo com o parlamentar essas eram “movimentações sem lastro na realidade, compatíveis com processos de lavagem de dinheiro”.

Para Vieira, a convocação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, não terá como ser evitada e o general que chefia as três Forças Armadas terá que comparecer à CPI, pois de acordo com o senador “ele fazia parte da cadeia de comando”. O senador afirmou ainda que, pela gravidade dos feitos e das informações apuradas até agora, os dados da CPI precisarão ser remetidos ao Tribunal Penal Internacional, que fica em Haia, na Holanda.

Membros da Comissão Parlamentar de Inquérito indicaram, ainda antes do recesso, que todos os fatos apurados estão sendo encaminhados para uma junta de juristas que dará um encaixe final dos delitos cometidos para fazer uma adequada tipificação penal e atribuir a conduta de cada investigado que tenha eventualmente agido de forma criminosa.

"Os crimes de responsabilidade devem ser encaminhados à Câmara, os crimes comuns à Procuradoria-Geral da República e, eventualmente, os fatos podem ser levados ao Tribunal Penal Internacional, para avaliar o cometimento de crimes contra a humanidade. É muito grave o que aconteceu no Brasil e o que ainda acontece, nessa gestão totalmente descolada daquilo que a Constituição exige, que é o respeito à vida", encerrou o senador.