"Democracia não pode ser aviltada", diz Pacheco após encontro com Fux

O presidente do Senado disse que pediu para o STF que seja restabelecido o diálogo com o Executivo

Foto: Pedro Gontijo\Senado Federal
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), participou de reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, nesta quarta-feira (18) em meio à crise promovida pelo presidente Jair Bolsonaro contra o Judiciário.

"Concordamos que o radicalismo e o extremismo são muito ruins e são capazes de derrotar a democracia. Não precisamos concordar sempre, mas temos que respeitar as divergências", afirmou Pacheco em coletiva após ancontro com Fux. "A democracia não pode ser aviltada, não pode ser questionada como vem sendo no país", completou.

Pacheco falava sobre a agitação promovida por Bolsonaro contra STF. Na última semana, o mandatário pediu o impeachment dos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, do STF. O senador foi colocado no meio da crise entre Bolsonaro e o STF porque é o responsável por aceitar ou não a abertura de processo.

Nesta terça, ele criticou o impeachment: "Eu sou contrário à utilização do impeachment como solução do problema. A solução do problema institucional para a crise que temos hoje se dá a partir da maturidade dos homens públicos para sentarem à mesa e conversarem".

Pacheco disse ainda que pediu a Fux para o presidente do STF "restabelecer diálogo com o Executivo”.

Bolsonaro contra o STF

No domingo, Bolsonaro ainda encaminhou mensagem em lista de transmissão no WhatsApp que fala em “provável e necessário contragolpe”.

A data do “contragolpe” seria o dia 7 de setembro, quando apoiadores estariam articulando uma mobilização contra o STF. Isso inclui o sistema eleitoral e a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson. Nas milícias digitais se fala em invasão da Embaixada da China, enquanto o cantor Sérgio Reis prega em áudio vazado invasão do STF.

O texto golpista difundido por Bolsonaro é assinado por um grupo de apoiadores chamado “Ativistas Direita Volver”.

“Hoje, fazer um contragolpe é muito mais difícil e delicado do que naquela época, além do grave aparelhamento acima relatado, temos uma constituição comunista que tirou em grande parte os poderes do Presidente da República e foi por estes motivos que o Presidente Bolsonaro, no início de agosto, em vídeo gravado, pediu para que o povo brasileiro fosse mais uma vez às ruas, na Avenida Paulista, no dia sete de setembro, dar o último aviso, mas, desta vez, ele reforçou que o “contingente” deveria ser absurdamente gigante”, diz trecho da mensagem.

“Ou seja, o tamanho desta manifestação deverá ser o maior já visto na história do país, a ponto de comprovar e apoiar, inclusive internacionalmente, para que dê a ele e às FFAA, para que, em caso de um bastante provável e necessário contragolpe que terão que implementar em breve, diante do grave avanço do golpe já em curso há tempos e que agora avança de forma muito mais agressiva, perpetrado pelo Poder Judiciário, esquerda e todo um aparato, inclusive internacional, de interesses escusos”, prossegue.

Com informações da Agência Senado e do G1

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https://www.youtube.com/watch?v=mdSUEQMq0aE