CPI da Covid ouve Roberto Pereira, presidente de empresa que deu garantia em contrato da Covaxin

Empresa FIB Bank ofereceu garantia financeira de R$ 80 milhões em um contrato firmado entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde

O diretor da FIB BanK Roberto Pereira Ramos Júnior (ao centro) chega ao Senado para depor à CPI da Pandemia (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
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A CPI da Covid recebe nesta quarta-feira (25) Roberto Pereira Ramos Junior, diretor-presidente da FIB Bank, empresa garantidora do contrato para a compra da Covaxin intermediado pela Precisa Medicamentos junto ao Ministério da Saúde. O valor da garantia financeira era de R$ 80,7 milhões de reais.

O depoimento mantém a linha da CPI em investigar as negociações por parte do Ministério da Saúde na compra da vacina Covaxin. A carta de fiança do FIB Bank fazia parte do processo de aquisição do imunizante, que previa 20 milhões de doses a um valor de R$ 1,6 bilhão, mas foi cancelado por suspeita de propina com nenhuma dose entregue.

Os parlamentares querem saber o motivo pelo qual a Precisa contratou o FIB Bank, que não é uma instituição financeira, apesar do nome “Bank”, e se há novas fraudes no processo.

Na noite desta terça (24) a ministra Carmen Lúcia do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu ao empresário Ramos Júnior o direito de ficar em silêncio para as perguntas que possam levá-lo a produzir provas contra si mesmo, com a ressalva de que ele não pode deixar de falar a verdade em relação a todos os demais questionamentos.

FIB Bank Garantias S.A

O FIB Bank é uma empresa que disponibiliza carta fiança com a finalidade de garantir obrigações em moeda nacional liquidáveis no país de atuação, segundo consta em seu site.

Sediada em Alphaville (Barueri-SP), a empresa também foi utilizada pela Igreja Mundial do Poder de Deus, do pastor Valdemiro Santiago, um dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, para arrolar uma dívida de 12 milhões de reais cobrada na justiça de São Paulo.

Classificada como inidônea e sem lastro para o pagamento da dívida, a carta foi enviada para o Ministério Público Federal (MPF) para investigação e acabou rejeitada pela Justiça, cancelando a garantia fornecida pela igreja.