O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI do Genocídio, expôs nesta terça-feira (3) um documento que indica que a entidade evangélica Senah teria aumentado o preço das vacinas compradas através da Davati Medical Supply em 1 dólar em proposta enviada ao Ministério da Saúde, além de governadores, prefeitos e secretários de saúde
A comissão colhe depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula, presidente da Senah, nesta terça. Ao ser confrontado pela documentação levada por Randolfe, o pastor se esquivou.
"Foi essa a proposta de 11 dólares que apresentamos na CPI da Covid há pouco, com assinatura do reverendo Amilton. A proposta anterior era de 10 dólares, subiu um dólar. UM DÓLAR! Soa familiar? É exatamente o valor de propina por dose de vacina, conforme denunciado por Dominghetti", apontou o senador em publicação no Twitter.
Na postagem, Randolfe divulga carta enviada pela Senah a governos estaduais, prefeituras e consórcios sobre a possibilidade de compra de vacinas Johnson e Astrazeneca através da Davati. Na CPI, o senador mostrou que a proposta original da empresa estadunidense seria de 10 dólares por dose, 1 a menos que o ofertado pela entidade evangélica.
Carta da Senah ao Ministério da Saúde
Questionado, Amilton confirmou que enviou proposta de 11 dólares para o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, em 15 de março. "Nessa carta que eu enviei – eu lembro –, eu estou pedindo para atualizar a oferta, e ele a atualizou para US$11", disse Gomes.
"O senhor está oferecendo a US$11 a vacina, que tinha tido uma proposta antes de US$10 – um acréscimo de 1 dólar, que foi o que o Dominguetti falou, que seria 1 dólar de propina", rebateu Randolfe.
"Eu tenho essa oferta oficial de US$11. Eu desconheço esse documento de US$10, que não acompanha a oferta", justificou o reverendo.
Propina?
O ex-policial militar Luiz Paulo Dominguetti denunciou na CPI que Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, teria proposto à Davati, em 25 de fevereiro, a cobrança de 1 dólar de propina por dose. Amilton fazia parte das negociações da Saúde com a empresa.
Confira o documento e assista ao vivo: