Pacheco fala em "pulso firme e forte" contra quem quer "mitigar o Estado de Direito"

Apesar de claramente se tratar de uma indireta a Jair Bolsonaro, presidente do Senado tem defendido a permanência do chefe do Executivo no cargo até o final do mandato

Foto: Roque de Sá/Agência Senado Créditos: Roque de Sá/Agência Senado
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Durante evento realizado em Belo Horizonte (MG) nesta sexta-feira (17), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), mandou uma indireta para Jair Bolsonaro.

Evocando suas raízes mineiras, o senador criticou "retrocessos à democracia" e aqueles que querem "mitigar o Estado de Direito", sem citar nomes.

"Os mineiros como políticos têm seu perfil. É o perfil de moderação, de ponderação, de busca de consensos, conciliação. Mas que não confundam esse perfil mineiro de se fazer política com inércia ou com tolerância em relação àquilo que nós não transigimos. Porque quem objetivar mitigar o Estado de Direito, ou estabelecer retrocessos à democracia, terá o pulso firme e forte da política de Minas Gerais para resistir", declarou Pacheco.

Em sua fala, o presidente do Senado ainda destacou a fuga de investidores do Brasil. "Ainda ontem participei de evento da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal com bancos de investimentos do mundo, inclusive dos Brics, que querem investir no Brasil, que têm bilhões de dólares para investir no Brasil, mas que querem o mínimo de previsibilidade, de segurança jurídica e de estabilidade política".

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, também participou do evento, mas não encampou críticas a Bolsonaro como Pacheco.

Apesar das indiretas a Bolsonaro, o presidente do Senado, esta semana, defendeu a permanência de Bolsonaro no cargo até o término do mandato, em detrimento da tese do impeachment que vem sendo defendida pela oposição e alguns partidos de centro.

“Considero que o Brasil, neste instante, com os problemas que nós temos, não precisa de candidatos a Presidência da República. Nós precisamos é do presidente da República que foi eleito, que chegue até o fim do mandato de 2022 com a colaboração de todos por um interesse comum", disse.

Já Luiz Fux, após os atos golpistas de 7 de setembro liderados por Bolsonaro, fez um duro pronunciamento em que citou a possibilidade do presidente ter cometido crime de responsabilidade ao afirmar que não vai mais respeitar as decisões da corte suprema.