Gleisi diz que Lula não ouvirá 'mimimi' do mercado: "Teto de gastos deve ser um dos primeiros a serem liquidados"

Presidenta do PT vê eleição 2022 como de posicionamento ideológico e que não é preciso "mais um Palocci" para acalmar sistema financeiro. "A única coisa que não vamos fazer é quebrar contratos, como o Bolsonaro fez com os precatórios"

Lula e Gleisi Hoffmann (Foto: Divulgação/PT)
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Reforçando que um eventual governo Lula a partir de 2023 vai colocar fim à política neoliberal praticada desde o golpe de 2016, a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR) afirmou que a campanha petista não ouvirá o "mimimi" do mercado.

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"A única coisa que não vamos fazer é quebrar contratos, como o Bolsonaro fez com os precatórios. O resto nós vamos fazer. E não tem mimimi do mercado. Um país que não tem dívida externa, que tem este mercado consumidor não pode ter o povo com fome e sem renda”, disse ela em entrevista à coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo desta segunda-feira (10).

Segundo Gleisi, o teto de gastos, estourado por Jair Bolsonaro (PL) com a PEC dos Precatórios para inflar o orçamento durante a eleição, está desmoralizado e será descartado em um próximo governo petista.

"O teto de gastos está desmoralizado e deve ser um dos primeiros a serem liquidados. Bolsonaro fez o orçamento de guerra e muitas outras coisas fora do teto aos olhos do mercado e agora querem exigir de nós respeito ao teto?", indaga.

A presidenta do PT afirmou ainda que as eleições deste ano serão de posicionamento ideológico - e não de composição política, como foi em 2002 - e que não é preciso "mais um Antonio Palocci" para agradar ao sistema financeiro.

"Não tem necessidade de carta ao povo brasileiro, as pessoas já conhecem o Lula. Não precisamos mais de um Palocci”, disse.