“Candidatura Haddad em SP já está decidida”, diz Luiz Marinho

“Não gosto do perfil do Alckmin. Mas reconheço que é uma liderança que derruba resistências e agrega valor à chapa”, afirma o presidente do PT em São Paulo

Foto: Reprodução/YouTube Fórum
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O presidente do PT em São Paulo, Luiz Marinho, afirmou que o partido já decidiu que a candidatura do ex-ministro, Fernando Haddad, ao governo do estado de São Paulo é irreversível. “Não abriremos mão em hipótese alguma”, declarou, em entrevista ao Fórum Onze e Meia, nesta quarta-feira (12).

Marinho, que será candidato a deputado federal em outubro, reafirma que não existe outra situação; “Não está em debate. Se o presidente Lula tiver dois ou três palanques em São Paulo, tudo bem”, diz, em referência às negociações políticas para a composição com o PSB, visando às eleições de outubro.

“O PSB deu a ideia de uma federação entre os partidos progressistas. O PSOL não topou, mas apoia Lula”. Marinho ressalta que a questão é que o PT não vai abrir mão da candidatura de Haddad. Caso o PSB não abra mão de um nome do partido, não haverá acordo. “É simples assim”, resume.

Marinho diz que não gosta do perfil de Alckmin, mas reconhece: “Agrega valor”

Luiz Marinho foi questionado sobre a eventual chapa Lula-Alckmin para a presidência. “O momento do Brasil exige a necessidade de repactuar a sociedade e isso se passa por engolir sapos. Não gosto do perfil do Alckmin. Mas reconheço que é uma liderança que derruba resistências e agrega valor à chapa. É importante conquistar pessoas”.

Caso composição com PSB não dê certo, PT deve lançar liderança feminina negra ao Senado

Marinho também foi indagado sobre quem será o nome do PT ao Senado. “Não temos, ainda. Nem para vice do Haddad”.

Caso dê certo a composição com o PSB, segundo o presidente estadual do PT, os socialistas podem reivindicar nomes para o Senado e para vice-governador.

“Porém, se não for viabilizada a composição, deveremos lançar uma liderança feminina negra para o Senado”, revela, sem mencionar nomes. A definição pode ocorrer em março ou abril.

“É preciso reconstruir direitos”, afirma Marinho sobre reforma trabalhista

Em relação à possibilidade de Lula abolir a reforma trabalhista, caso vença a eleição, tema que vem sendo bem discutido nos últimos dias, Marinho afirma que “revogar é complexo”.

“É preciso reconstruir direitos. O governo espanhol fez isso, baseado em distribuição de renda, recuperação de direitos, salário mínimo e geração de empregos. Para isso é preciso construir negociações e radicalizar no processo participativo da sociedade”, avalia.

Marinho destaca que observa a questão sob dois aspectos: a precarização do trabalho e o papel dos sindicatos.

“É preciso acabar com a chamada uberização do trabalho. Na Espanha, cerca de 40% dos postos de trabalho chegaram a se basear em contratos de cinco ou dez dias. É a roda negativa da economia. É preciso valorizar os contratos coletivos de trabalho”, afirma.

Em relação ao outro aspecto, Marinho diz que os sindicatos têm um papel central nos processos de negociação coletiva. Mas, para isso, as entidades precisam ser fortes. “Sindicato fraco não serve para nada”, completa.

Assista à íntegra da entrevista:

https://www.youtube.com/watch?v=5gLRcWm-5E0