"Bolsonaro oferece muito mais riscos do que Lula", diz ex-presidente do Credit Suisse

Marcelo Kayath diz que deve votar em Lula - ele nunca votou no PT - para derrotar Bolsonaro. "Ele não é de direita, é maluco"

Jair Bolsonaro (Presidência da República) e Lula (Ricardo Stuckert) - Edição de imagens
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Copresidente do banco Credit Suisse nas eleições de 2002 quando Lula (PT) foi eleito Presidente da República pela primeira vez, Marcelo Kayath, que hoje atua no mercado financeiro administrando mais de R$ 1 bilhão em investimentos, diz que é Jair Bolsonaro (PL) quem apresenta mais riscos em relação ao processo eleitoral de outubro.

“O risco é fiscal e, nesse ponto, Bolsonaro oferece muito mais riscos do que Lula", disse em entrevista ao Valor Econômico nesta terça-feira (25).

Kayath afirmou que "ninguém acha que ele [Lula] vai fazer uma loucura" e diz que deve votar em Lula - ele nunca votou no PT - para derrotar Bolsonaro. "Ele não é de direita, é maluco".

“É um movimento contrário ao de Bolsonaro. Enquanto Lula, com lances como o de Alckmin, busca cativar o centro, o presidente não pode fazer a mesma coisa. Se moderar, perde sua base mais fiel que acredita ser capaz de levá-lo ao segundo turno", emenda.

Violonista clássico, Kayath se aproximou de Fernando Haddad por causa da música e chegou a fazer a interloucação de agentes financeiros com políticos.

Entre amigos, ele distribui o livro Depoimento, de Carlos Lacerda, e diz que "no limite" Lula pode promover "barbaridade como devolver o imposto sindical", mas não reverter as privatizações.

“É interessantíssimo o que ele [Lacerda] fala do golpe de 1964. Ele diz que o grande erro de João Goulart foi agitar o país. Quem está em cima não pode fazer isso porque qualquer agitação vai se voltar contra ele. Bolsonaro faz isso. Lula é o contrário. Se eleito, só terá um mandato. Quer conciliar e baixar a temperatura. Não ganha nada com agitação", diz.