Lula diz que sociedade não "pode permitir que um fascista governe o Brasil"

"Se não quiser votar no Lula não tem problema, mas esse país precisa aprender a gostar da democracia e exercê-la", afirmou o ex-presidente em entrevista à rádio CBN Vale

Lula durante entrevista concedida a blogueiros - Foto: Ricardo Stuckert
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À frente de todas as pesquisas de intenções de voto para a Presidência da República em 2022, o ex-presidente Lula (PT) afirmou nesta quarta-feira (26) que "não tem nenhum problema" se alguém não quiser escolher ele.

No entanto, disse que a sociedade brasileira não pode permitir que Jair Bolsonaro (PT) ou outro fascista governe o país.

"Acho que a sociedade brasileira tem que pensar seriamente. Se não quiser votar no Lula não tem nenhum problema, mas não pode permitir que Bolsonaro ou um outro fascista governe esse país. Esse país precisa aprender a gostar da democracia e exercê-la, porque é importante para a sociedade, as pessoas precisam aprender a reclamar, a se indignar", afirmou o ex-presidente em entrevista a rádio CBN Vale, de São José dos Campos, no Vale do Paraíba.

O petista também criticou a desastrosa condução de Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19 e a péssima escolha de ministros da Saúde como Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga.

"O Bolsonaro não conseguiu um único [ministro] que significasse um cara interessado em cuidar do povo. O último dele, o Pazuello, é uma vergonha. Deveria estar preso depois da CPI, mas Bolsonaro fez um decreto dando sigilo de 100 anos para as loucuras e aberrações que Pazuello fez", disse Lula.

Ao se referir a Queiroga, citou o fato do presidente ter escolhido um ministro que tenta dificultar a vacinação para crianças. "Quando toda a ciência diz que não tem nenhum remédio a não ser a vacina. Só o Bolsonaro conseguiu descobrir no Brasil um nicho de fascistas que não acredita na ciência."

"Esse cara não tem sentimento, coração, não pensa nos outros, não é humano. É um descalabro a gente estar assistindo ao que acontece no Brasil. Efetivamente, eu estou convencido de que, se voltar a governar o Brasil, será uma verdadeira guerra recuperar o país (...). Se o governo não investe na educação, na saúde, no emprego, a pergunta que eu faço é: 'Para que governo?'", questionou o petista.

Confiança em Alckmin

Lula também comentou sobre a possibilidade de Geraldo Alckmin (Sem Partido) entrar na sua chapa como vice. Segundo ele, caso vença as eleições de outubro, será bom “para mim e para o Brasil”.

“Eu tenho confiança no Alckmin. Eu fui presidente durante 8 anos, tive relação com o Alckmin. Sempre foram relações de respeito, institucionais e se der certo a gente construir essa aliança tenho certeza que será bom para o Alckmin, para mim e para o Brasil. E sobretudo deve ser bom para o povo brasileiro”, afirmou.

Lula disse que a conversa com o ex-governador de São Paulo sobre a formação da chapa “vai depender da filiação do companheiro Alckmin a um partido político que faça aliança com o Partido dos Trabalhadores”.

“É só a gente dar tempo ao tempo para saber se pode ser construída essa aliança, qual partido que o Alckmin vai entrar. Ele ainda não decidiu. Mas, certamente, ele tem tempo para decidir – há muita gente querendo levar o Alckmin. E acho que ele está apenas fazendo uma aferição dos convites que ele está recebendo para tomar a decisão."