Senador Fabiano Contarato aciona TCU para investigar gastos de Bolsonaro com cartão corporativo

Presidente, que prometia acabar com a "mamata", torrou somente em dezembro, durante suas férias, R$1,5 milhão

Fabiano Contarato - Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado
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O senador Fabiano Contarato (PT-ES) anunciou por meio de suas redes que acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) "para que faça ampla auditoria dos gastos de cartão corporativo do presidente da República, que estão altíssimos e superando seus antecessores, enquanto falta comida na mesa dos brasileiros".

Além disso, Contarato lembrou que já havia pedido ao TCU, em 2020, um pedido para que investigasse os gastos de Bolsonaro com o cartão corporativo.

Em 2020, quando o senador Contarato acionou o TCU pela primeira vez, os gastos do presidente com cartão corporativo, nos primeiros quatro meses do ano em questão, foram de R$ 3,7 milhões.

Bolsonaro gasta em 3 anos quase 20% a mais que Dilma e Temer gastaram em 4

A mamata não acabou. Apesar do discurso de campanha de que iria cortar gastos e das críticas feitas no passado às despesas da presidência da República, o presidente Jair Bolsonaro (PL) aumentou consideravelmente os gastos com cartões corporativos.

Segundo levantamento feito pelo jornal O Globo, entre janeiro de 2019, quando assumiu a presidência, e dezembro de 2021, Bolsonaro gastou com os 29 cartões destinados a cobrir suas despesas pessoais e de sua família R$ 29,6 milhões, valor 18,8% maior do que os R$ 24,9 milhões gastos durante 4 anos entre os governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).

Para se ter uma ideia, somente em dezembro de 2021, quando Bolsonaro tirou férias e foi curtir praias e pescaria, os gastos com cartões corporativos somaram R$ 1,5 milhão, maior valor para um único mês durante os 3 anos de seu mandato.

Ao longo de todo o ano de 2021, foram torrados R$ 11,8 milhões nestes cartões, o que representa o maior valor nos últimos 7 anos.

Na última semana, ao falar sobre as críticas com relação aos gastos com cartão corporativo, Bolsonaro se irritou. “Cartão corporativo paga a alimentação das emas, tá, pessoal? Pessoal fala: ‘Ah, gastou tanto’. Eu tenho 50 emas aí, galinheiro, pato, peixe, quatro cães. Uns 200 almoçam, jantam e tomam café aí, por dia (…) Pessoal acha que peguei para comprar leite condensado pra mim”, declarou.

O detalhamento das despesas dos cartões da família presidencial, apesar de, no passado, Bolsonaro defender transparência, estão sob sigilo.