Lula se solidariza com Juremir Machado, jornalista censurado pela rádio Guaíba

Radialista foi demitido do jornal Correio do Povo nesta segunda-feira (3) e revelou que sua "queda" na Rádio Guaíba, de onde também foi desligado, começou quando o impediram de entrevistar Lula

Foto: (Reprodução/Facebook/Reprodução)
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O ex-presidente Lula (PT) se solidarizou com o jornalista, professor e escritor Juremir Machado, demitido nesta segunda-feira (3) do jornal Correio do Povo, que pertence ao Grupo Record no Rio Grande do Sul, após mais de 21 anos de casa, 14 escrevendo diariamente para o veículo.

"Minha solidariedade ao jornalista, professor e escritor @juremirm, vítima da falta de pluralidade e liberdade de imprensa no Brasil", escreveu o petista.

Segundo Machado, sua "queda" na Rádio Guaíba, de onde foi desligado em agosto de 2020, começou quando o impediram de entrevistar Lula. "Dez minutos antes de entrar no ar mandaram derrubar. Fiquei por temer que todo mundo fosse defenestrado", escreveu o jornalista.

Lula havia acabado de ser liberado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da prisão orquestrada pela Operação Lava Jato.

https://twitter.com/LulaOficial/status/1478395809121116160?s=20

Por que Juremir Machado saiu do Correio do Povo

Desde 2007, o Correio do Povo pertence ao Grupo Record, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo. Para Machado, como 2022 será um ano de eleição presidencial, a ideia é centrar esforços na campanha de reeleição de Bolsonaro.

“É um grupo bolsonarista. Sempre foi e me tinham como um comunista, coisa que inclusive não sou. Já fui demitido nos anos 90 da Zero Hora por uma forte pressão da esquerda”, lembrou ao frisar que se entende como um jornalista independente. “O projeto de extrema direita bolsonarista não quer saber de pluralismo”, denunciou.

O jornalista afirmou ainda que não pode falar do episódio ocorrido com Lula após sair da Guaíba, mas elogiou Nando Gross, que foi diretor da Rádio Guaíba AM e FM até julho de 2020. "Se comportou como um gigante. Estou em dívida com ele", escreveu o professor.

Gross já havia denunciado a censura à entrevista com Lula. Ao podcast Porto Alegre 24 Horas, revelou que saiu da empresa por não concordar com práticas que considera inaceitáveis, como a difusão de fake news. “Tive o constrangimento de cancelar uma entrevista com o Lula dez minutos antes, por exemplo. No caso do Lula, essa foi uma decisão que veio de cima”, disse.