Gleisi indica que PT pode revogar reforma trabalhista: "Só tem sentido um governo que inclua"

Ex-presidente Lula abordou o assunto nos últimos dias, quando a Espanha revogou uma reforma trabalhista neoliberal realizada em 2012: "Pedro Sanchez está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores"

Foto: Ricardo Stuckert
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Uma das maiores retiradas de direitos dos brasileiros, a reforma trabalhista estabelecida durante a gestão de Michel Temer pode ser revogada se o PT voltar ao poder. Em entrevista ao Painel, da "Folha de S. Paulo", a presidenta do partido, Gleisi Hoffmann, sinalizou novamente que pode mexer na legislação.

"O desenvolvimento do Brasil só é possível se o povo tiver acesso a emprego com garantia de renda digna e direitos assegurados, o que garante consumo. Sem isso teremos mais concentração de riqueza, o que deixa o país pobre", disse, ressaltando que "só tem sentido um governo que inclua".

Conforme mostrou a Revista Fórum, Gleisi e o ex-presidente Lula (PT) abordaram o assunto nos últimos dias, quando a Espanha revogou uma reforma trabalhista neoliberal realizada em 2012.

“É importante que os brasileiros acompanhem de perto o que está acontecendo na Reforma Trabalhista da Espanha, onde o presidente Pedro Sanchez está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores”, escreveu o ex-presidente Lula em seu perfil no Twitter.

Na ocasião, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, também sinalizou que pretende mexer na legislação trabalhista. “Notícias alvissareiras desse período: Argentina revoga privatização de empresas de energia e Espanha reforma trabalhista q retirou direitos. A reforma espanhola serviu de modelo p/ a brasileira e ambas não criaram empregos, só precarizaram os direitos. Já temos o caminho”, tuitou.

Desmonte dos direitos trabalhistas

Muito longe da promessa de milhões de empregos anunciada pelo governo golpista de Michel Temer, a reforma trabalhista trouxe como saldo um alto índice de desemprego e desmonte dos direitos dos trabalhadores.

Na época, Temer chegou a alardear que o pacote de medidas criaria dois milhões de vagas em dois anos, e seis milhões em dez anos. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que, ao contrário disso, o desemprego disparou. No trimestre terminado em julho de 2021, a taxa de desocupação ficou em 13,7%.

Esse número é quase dois pontos percentuais a mais que os 11,8% registrados no último trimestre de 2017. No período, o total de desempregados subiu de 12,3 milhões para 14,1 milhões.