O candidato bolsonarista ao governo de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), admitiu nesta segunda-feira (10) que, de fato, Jair Bolsonaro (PL) cortou recursos do programa Farmácia Popular e os destinados à merenda escolar nos estados e municípios por conta das emendas de relator, o chamado "orçamento secreto".
A declaração se deu como resposta a uma pergunta feita por Fernando Haddad, candidato do PT ao governo paulista, durante o debate promovido pela Band.
"A gente percebeu muito bem o que aconteceu no orçamento. Ora, a partir do momento que tenho teto de gastos e que a despesa obrigatória vem crescendo, diminui o espaço pra despesa discricionária. E hoje nós temos a emenda do relator. Aquilo que saiu da despesa discricionária foi acrescido emenda do relator e vai ser uma decisão do Congresso Nacional manter. Agora, se o Congresso não tomar essa posição, uma mensagem modificativa vai ser enviada pelo presidente Bolsonaro ao Congresso, pra restabelecer os valores da merenda escolar e da Farmácia Popular", disse Tarcísio.
Haddad, então, traduziu a declaração: "Para você compreender, desse discurso bonito, o que de fato ele falou. Sabe o que ele falou? Que o dinheiro não tá no orçamento porque tá na mão do relator, é o tal do orçamento secreto. E vai depender do relator repor ou não o dinheiro da farmácia, da moradia, da merenda. E se o relator resolver gastar o dinheiro com outra coisa, aí o governo vai fazer alguma coisa depois. Isso nunca aconteceu na República".
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