Em entrevista na manhã deste domingo (9) a um podcast de apoiadores, Jair Bolsonaro (PL) ameaçou o Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que, caso seja reeleito, se a corte não "baixar um pouco a temperatura" levará a cabo o projeto de aumentar para 15 o número de ministros, indicando mais seis e dominando o topo do judiciário - para onde já nomeou André Mendonça e Kássio Nunes Marques.
"Se eu for reeleito, e o Supremo baixar um pouco a temperatura, já temos duas pessoas garantidas lá [Kassio Nunes Marques e André Mendonça], tem mais gente que é simpática à gente, mas já temos duas pessoas garantidas lá, que são pessoas que não dão voto com sangue nos olhos, tem mais duas vagas para o ano que vem, talvez você descarte essa sugestão", disse o presidente ao podcast, que tinha como um dos entrevistadores Paulo Figueiredo, amigo dos seus filhos e neto do ditador João Figueiredo, último presidente do regime militar.
Te podría interesar
"Se não for possível descartar, você vê como é que fica. Você tem que conversar com o Senado também a aprovação de nomes. Você tem que conversar com as duas Casas a tramitação de uma proposta nesse sentido. E está na cara que muita gente do Supremo vai para dentro da Câmara e do Senado contrário, porque se você aumenta o número de ministros do Supremo, você pulveriza o poder deles. Eles passam a ter menos poder e lógico que não querem isso", emendou Bolsonaro.
O plano de Bolsonaro, caso seja reeleito, é controlar o STF a partir da nomeação de seis ministros. Dois ministros já serão nomeados pelo próximo presidente para as vagas de Rosa Weber e Ricardo Lewandowski, que irão se aposentar.
Te podría interesar
Caso Bolsonaro consiga estender para 15 o número de ministros, ele terá mais quatro indicações. Com Mendonça e Nunes Marques, ele teria 8 ministros ou a maioria na corte.
Na entrevista, Bolsonaro voltou a atacar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que é presidido por Alexandre de Moraes.
"Os caras têm lado político, os caras decidem. Qualquer ação no Supremo, TSE, dá ganho de causa para o outro lado. Não tem isenção nisso tudo", afirmou, sem ser incomodado pelos entrevistadores, que endossaram a tese.
Bolsonaro ainda ameaçou a corte eleitoral para que não bloqueie perfis que propagam fake news em uma representação do PT que mira nomes como Carlos e Flávio Bolsonaro, além da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), do deputado federal eleito Ricardo Salles (PL-SP), a produtora Brasil Paralelo e influenciadores como Kim Paim e Bárbara Destefani.
"Peço que nosso querido TSE não embarque nessa porque se tirar o pessoal lá e eu nada fizer aqui é você mandar um batalhão para a guerra e no meio do caminho você tira os canhões dele. É nessa situação que eu fico aqui. Eu ia entrar na guerra e, em vez de fuzil e canhão, com pau e pedra, vou perder essa guerra", disse.