A vitória de Lula (PT) no segundo turno das eleições, em 30 de outubro, foi um alívio para a diarista Tânia Monteiro, de 46 anos. Empolgada com o fim do pesadelo bolsonarista, ela correu para o WhatsApp e mudou seu status, colocando uma imagem de Jair Bolsonaro (PL) com a boca cheia de capim, ainda na noite em que saiu o resultado.
Não demorou nem meia hora e uma de suas clientes, bolsonarista, a chamou no aplicativo e informou que não precisa mais de seu serviço, que já estava marcado. Pouco tempo depois a irmã da mulher, também eleitora e seguidora do presidente derrotado de extrema direita, que suspendeu a solicitação de faxina também entrou em contato com Tânia e fez a mesma coisa. Não houve sequer tempo para questionamentos, uma vez que a trabalhadora foi bloqueada.
“Foi uma falta de respeito com a minha pessoa. O voto é livre e nós temos direito à escolha. Eu tenho um patrão que votou em Bolsonaro e achou ridículo o que elas fizeram comigo”, contou Tânia à reportagem do portal UOL.
Indignado com o que havia ocorrido, o filho da diarista, Jefferson, resolveu contar o caso em seu perfil no Twitter e, desde então, com a comoção gerada pelo lamentável episódio, dezenas de novos clientes procuraram os serviços de Tânia, que agora está com a agenda completamente lotada até o fim do mês.
“Eu chorei bastante no início, mas agora estou aliviada”, contou a eleitora de Lula, para depois agradecer pelas pessoas que agora se tornaram suas clientes.