Simpatizante do clã Bolsonaro e presença confirmada nos atos de campanha em 2018, o auditor-fiscal João José Tafner foi nomeado para o cargo de corregedor da Receita Federal pelo ministro da Economia Paulo Guedes.
O órgão é de interesse do senador Flávio Bolsonaro (PL), já que é fundamental para destravar uma de suas teses defensivas que visa anular a origem da investigação do caso das rachadinhas. A família Bolsonaro tentava, pelo menos desde meados do ano passado, emplacar um nome de sua preferência.
Segundo reportagem da "Folha de S. Paulo", Flávio queria a nomeação do auditor fiscal aposentado Dagoberto da Silva Lemos, nome que enfrentava resistência inclusive no corpo técnico da Receita Federal. Diante do impasse, conversas passaram a ser feitas para que um terceiro nome fosse escolhido.
O comando da corregedoria da Receita estava sem ninguém desde o término do mandato de José Pereira de Barros Neto, em julho do ano passado.
Flávio Bolsonaro é acusado pelos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, junto com o ex-assessor Fabrício Queiroz, apontado como operador do esquema, além de mais 15 pessoas.
Por 3 votos a 1, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou em novembro ação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e optou pela manutenção do foro privilegiado para o senador no escândalo das rachadinhas.