PT e PSB seguem sem definição de palanque no RS, mas reunião foi "muito positiva", diz pré-candidato petista

À Fórum, Edegar Pretto (PT) apontou "dificuldade" do PSB de se apresentar como alternativa no RS, já que a legenda compõe a base de Eduardo Leite (PSDB), mas garantiu que conversas prosseguirão

Representantes do PT, PSB, PCdoB e PV se reuniram virtualmente para discutir palanque no RS (Reprodução)
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Em processo de conversas sobre formação de federação partidária, representantes do PT, PSB, PCdoB e PV se reuniram virtualmente nesta sexta-feira (11) para discutir uma aliança com candidatura única na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul. Ao término da reunião, no entanto, não houve nenhuma definição e as legendas devem marcar novos encontros para avançar nas deliberações.

Já ocorreram conversas entre as siglas para definir palanques em outros estados. Recentemente o PT, por exemplo, abriu mão da candidatura do senador Humberto Costa (PT-PE) ao governo de Pernambuco para apoiar o nome indicado pelo PSB, que deve ser o do deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE). O Rio Grande do Sul, no entanto, é um dos estados em que ainda não há acordo. Enquanto o PT lançou a pré-candidatura do deputado estadual Edegar Pretto, o PSB trabalha com Beto Albuquerque como pré-candidato.

"Essa reunião não tinha um caráter decisório, pois é a primeira que fazemos com este fórum. Mas avaliei como muito positiva", disse Edegar Pretto à Fórum logo que terminou o encontro. Além dele e de Beto Albuquerque, participaram a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, além de lideranças regionais de ambos os partidos, PCdoB e PV.

"Foi a primeira reunião conjunta das direções nacionais e estaduais. Cada qual colocou sua posição, problematizou e ficamos de continuar conversando. Pra ter sucesso no RS e no Brasil, temos de estar juntos", disse Gleisi à Fórum.

Segundo Pretto, não houve definição sobre como será o palanque no estado - se com ele ou com Beto Albuquerque como candidato -, mas os representantes de todas as legendas "expressaram vontade de que a gente esteja unidos para formar um palanque potente para o presidente Lula" no RS.

"Já conversei com todos os 4 partidos aqui [PT, PSB, PCdoB e PV] e outros, o PDT, o PSOL. E há a disposição de formar uma frente aqui no estado. Se não for com todos os partidos no primeiro turno, será no segundo", declarou o deputado petista.

Antes da reunião, inclusive, o PV do Rio Grande do Sul declarou apoio formal à pré-candidatura de Edegar Pretto.

Pretto garantiu que os partidos devem se reunir novamente, nas próximas semanas, para avançar nas negociações sobre a disputa estadual.

Base de Eduardo Leite

Edegar Pretto revelou à Fórum que, durante a reunião, expressou a "dificuldade" que seria uma candidatura encabeçada pelo PSB visto que o partido compõe a base do governo de Eduardo Leite (PSDB) no estado.

"Nós ´[o PT] representamos uma alternativa ao projeto do Eduardo Leite. Falamos na reunião da dificuldade que há para um palanque encabeçado pelo PSB estando na base do Leite. Tem uma dificuldade aí. Mas acreditamos que a força do diálogo vai demover essas dificuldades.", afirmou.

"Vamos exercitar esse diálogo com nossas bases partidárias", emendou.

Perspectiva de votação expressiva

Pretto avaliou, na conversa com a Fórum, que Lula terá uma votação expressiva no Rio Grande do Sul, e que, caso sua candidatura seja confirmada, não terá menos que 28% ou 29% dos votos no primeiro turno.

"Levo em conta o que estamos escutando nas ruas. O Rio Grande do Sul não é mais um estado bolsonarista. Com relação ao resultado da última eleição, viramos essa página. O Lula já desponta na frente do Bolsonaro em todos os cenários. Não fará menos de 35% dos votos [no estado]. Na ultima eleição, o Haddad fez em torno de 21% no primeiro turno e o Miguel Rosseto fez quase 18%. O senador Paim fez quase 18%. Então, esse é um piso que o PT tem no estado, no pior momento que passamos que foi a última eleição. Então, com Lula fazendo 35%, não faremos menos de 28%, 29%, em nossa opinião", analisou.