ELEIÇÕES 2022

Alckmin não está 'consagrado' vice de Lula, diz Jaques Wagner

Senador diz que PT é "buliçoso" e ainda resiste ao ex-tucano. Wagner classificou Bolsonaro como "anomalia" e disse que Moro "é a mentira que cada vez fica maior"

Jaques Wagner e Lula.Créditos: Facebook/Jaques Vagner
Escrito en POLÍTICA el

Principal nome para compor a chapa encabeçada por Lula (PT) na disputa presidencial, Geraldo Alckmin (Sem partido) ainda está longe de ser consenso entre petistas. A constatação é do senador Jaques Wagner (PT-BA), que em 2018 chegou a ser consultado por Lula para assumir o comando da chapa, entregue ao então vice, Fernando Haddad (PT-SP).

Leia também:
Carlos Bolsonaro liga PT à facada e desencadeia "plano Cohen Tabajara"
Em novo encontro, Lula e Alckmin teriam fechado data para lançamento da chapa

Indagado se o nome do Alckmin já foi aceito, Wagner respondeu prontamente: "não".

"Você já viu o PT aquietar? O PT é buliçoso. O nome do Alckmin brotou de um estado importante. É a maior economia do país, a maior população, o maior eleitorado... Lógico que passou pela eventual disputa do governo do estado (em São Paulo), tudo contou. Mas, se você perguntar se está consagrado, não está. Você com certeza vai encontrar gente do PT dizendo: 'Ele (Lula) não precisa disso, tem popularidade'", respondeu na entrevista ao jornal O Globo desta segunda-feira (14).

O senador ainda afirmou que é possível, em um eventual novo governo Lula, que o Centrão passe a formar a base de apoio no Congresso.

"É possível, quando você tem um projeto que tem uma liderança com o peso do Lula. Ela, por si só, preenche uma lacuna enorme. Em muitos estados, Nordeste, Norte etc, as pessoas querem andar ao lado do Lula, sem ele ter dado nenhuma emenda para elas. Pelo peso da ideia. Ele é uma ideia-força. O Lula tem a política como arma de trabalho. Então, eu acho que é possível. Lógico que tudo vai depender da construção".

Bolsonaro e Moro

Em relação aos adversários, Wagner lembra que a chamada "terceira via" busca preencher a lacuna da polarização entre PT e PSDB, já que Jair Bolsonaro (PL) foi alçado ao poder sem ter nenhum projeto de país.

"Essa ânsia de terceira via ocorre pelo deslocamento de um dos projetos políticos e a chegada ao poder de alguém que não tem projeto nenhum, só fanatismo e truculência. É uma anomalia que está nos custando caro", afirmou.

O senador diz ainda que "o melhor adversário para enfrentar o Lula no segundo turno é o Moro", já que o ex-juiz não tem "exército" de seguidores e "nada de político".

"O melhor adversário para enfrentar o Lula no segundo turno é o Moro. Porque o Moro é a mentira que cada vez fica maior. E ele não tem um grupo de adeptos como o outro (Bolsonaro) tem. Ele não tem esse exército de seguidores e não tem nada de político. Como eu acho que a última opção do povo por alguém que não era da política não deu muito bom resultado, eu não sei se vão optar de novo. É a velha música do cada macaco no seu galho. Ele não entende muito disso daqui. O outro (Bolsonaro) também chegou dizendo que ia botar a banca e virou isso aí, orçamento secreto... Essa é a nova política que se instituiu pelo neófito da política".