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Capitã cloroquina deixa Saúde para disputar eleições

Mayra Pinheiro anunciou que concorrerá a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Ceará: "Honroso apoio do presidente Jair Bolsonaro", escreveu

Créditos: Jefferson Rudy/Agência Senado
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Mayra Pinheiro, conhecida como "capitã cloroquina", anunciou sua saída do Ministério da Saúde para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Estado do Ceará. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (14).

Pinheiro, no entanto, não ficará sem emprego - pelo menos por enquanto. A médica ganhou um novo cargo dentro do governo federal e será subsecretária da Perícia Médica Federal da Secretaria de Previdência do Ministério do Trabalho e Previdência, órgão no qual é concursada.

No início de fevereiro, ela anunciou a filiação ao Partido Liberal (PL), mesma sigla do presidente Jair Bolsonaro. Mayra deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados na eleição de 2022. Ela foi candidata anteriormente à Câmara, em 2014, e ao Senado Federal, em 2018, mas não foi eleita.

Ela anunciou sua pré-candidatura pelas redes sociais. "Me apresento como pré-candidata pelo estado do Ceará – à Câmara Federal nas eleições deste ano, com o honroso apoio do Presidente Jair Messias Bolsonaro e o respaldo dos cearenses", escreveu.

"O sentimento que carrego é a gratidão. Direciono os meus sinceros agradecimentos e reconhecimento a todos os ministros da pasta, que me confiaram a dignificante responsabilidade de conduzir a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde", continuou.

Pinheiro afirmou, ainda, que pedirá, no momento oportuno, a "desincompatibilização" do Ministério do Trabalho e Previdência. Por ser funcionária pública, ela precisa se afastar do cargo 3, 4 ou 6 meses antes das eleições.

Confira o comunicado na íntegra:

Pinheiro coloca participação em protesto no currículo Lattes

Recentemente, a “capitã cloroquina” atualizou seu currículo Lattes e colocou uma habilidade inusitada: a participação nos atos golpistas promovidos por Bolsonaro no dia 7 de setembro do ano passado.

A plataforma Lattes é um reservatório de currículos acadêmicos do país, no qual os pesquisadores devem listar o que têm produzido em suas áreas de atuação, como artigos, livros e cursos. Na parte de "produção técnica", Mayra resolveu incluir participações em entrevistas, mesas redondas, programas e até mesmo comentários na mídia.

Além da participação nos atos antidemocráticos, colocada de forma bastante aleatória no currículo, a "capitã cloroquina" incluiu entrevistas a programas da extrema direita, como o "Direto ao Ponto", da Jovem Pan, e o canal no Youtube de Antônia Fontenelle.

Na época dos protestos, Mayra publicou mensagem em suas redes sociais chamando bolsonaristas a saírem às ruas e publicou vídeos aparentemente feitos por ela durante os atos.

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