CPI

Randolfe desmente Aras sobre CPI: “Além de prevaricar, o senhor falta com a verdade”

PGR disse que faltam provas no relatório da CPI: “Ele recebe mais de R$ 60 mil em salários, queremos que o doutor Aras faça o serviço dele”, diz Randolfe

Vice da CPI, Randolfe critica Aras.Créditos: Pedro França/Agência Senado
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Vice-presidente da CPI do Genocídio, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) fez críticas veementes e desmentiu, nesta quarta-feira (16), o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Em entrevista à CNN Brasil, na terça (15), o PGR afirmou que o relatório da CPI "não apresentou provas sobre irregularidades cometidas por autoridades", que "recebeu um HD com 10 terabytes de informações desconexas e desorganizadas” e que Randolfe se comprometeu a entregar as provas até sexta-feira (18), prazo estabelecido por Aras.

“Esse prazo, não foi o senhor Aras que nos impôs. Esse prazo para socorrer o senhor Aras foi dado por nós mesmos. Não tem nenhuma imposição da parte do senhor Aras para conosco”, afirmou o senador, também à CNN Brasil.

Randolfe ainda ironizou as declarações do PGR. “Eu quero destacar: ‘Senhor Aras, não faça isso. Um homem da sua idade, fica feio para o senhor. Faltar com a verdade. Desde que o senhor começou a andar com Jair Bolsonaro, o senhor deu para esse mau costume. Além de estar atrasando, prevaricando no seu ofício, o senhor falta com a verdade para com os brasileiros”.

O vice-presidente da CPI do Genocídio destacou, ainda, que a entrega do relatório da comissão foi feita no dia 27 de outubro, não em 25 de novembro, conforme alegou Aras.

“No contexto do relatório, tem um link para as provas de cada uma das acusações que foram feitas. É só ele procurar lá. Na semana passada, o senhor PGR mandou interlocutores ao meu gabinete. Eu reuni a equipe técnica da CPI. Eles pediram o detalhamento, nós fizemos”, relatou Randolfe.

O parlamentar apontou, também, que “se o doutor Aras quiser que o Senado ofereça denúncia, nós procuraremos ofertar. Só que essa atribuição não diz respeito a nós. A oferta da denúncia, segundo nosso ordenamento constitucional, diz respeito à Procuradoria-Geral da República”.

“Não cabe na jurisdição brasileira a função de espectador-geral da República”, afirmou Randolfe

O senador não poupou críticas: “Ele recebe mais de R$ 60 mil em salários. O que nós queremos do doutor Aras é que ele faça o serviço dele. Nós já fizemos. Ele está esquecendo que o que é inerte é a jurisdição, o Ministério Público, não. A não ser que ele esteja querendo criar um princípio novo: o princípio da inércia ministerial ou da inércia da Procuradoria-Geral da República. Não cabe na jurisdição brasileira a função de espectador-geral da República”, acrescentou.

Ao final, o senador ressaltou: “Se o doutor Aras quer arquivar tudo, servir a Jair Bolsonaro, como ele está servindo desde o começo, ofendendo a tradição do Ministério Público, da Procuradoria-Geral da República, é melhor ele fazê-lo, ao invés de ficar embromando”.