GOLPE DE 2016

Presidente do PSB insinua que PT colaborou para golpe contra Dilma

Carlos Siqueira falou sobre o comportamento do presidente do PT à época, deputado Rui Falcão, e sobre como a bancada do partido “auxiliou” para que impeachment se concretizasse

Carlos Siqueira, presidente do PSB, e Rui Falcão, ex-presidente do PT (Fotos: PSB e PT no Senado).
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Passados quase seis anos do golpe parlamentar que tirou a presidente Dilma Rousseff do poder, eufemicamente chamado de impeachment, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, contou ao portal UOL que o Partido dos Trabalhadores (PT), incluindo aí seu presidente à época, o hoje deputado federal Rui Falcão, e a bancada da sigla no Congresso, não fizeram absolutamente nada para evitar a deposição da chefe de Estado.

Embora não diga textualmente que o PT apoiou o golpe, suas falas ao jornalista Tales Farias dão a entender que foi do interesse dos dirigentes da legenda e de seus parlamentares a remoção de Dilma Rousseff do Palácio do Planalto.

“Nós poderíamos ter evitado. Se metade da bancada do PSB votasse contra, não teria havido impeachment”, falou Siqueira, para na sequência afirmar que Falcão nunca fez uma ligação sequer para ele para tratar de apoio à presidenta.

Siqueira também relembrou o comportamento dos deputados petista, que mesmo sob o risco de verem o processo de impeachment contra Dilma ser aberto por Eduardo Cunha, que presidia a Câmara naquele momento, preferiram aderir, de maneira a alimentar a fúria do deputado líder do centrão, a um pedido de cassação de Cunha no Conselho de Ética da Casa.

A única ressalva que o líder do PSB fez foi confirmar que foi procurado pelo articulador político de Dilma, Ricardo Berzoini, para dar apoio à presidenta, em troca de cargos, o que segundo Siqueira ocorreu tarde demais, poucos dias antes da aprovação do afastamento dele pela votação em plenário.

A reportagem da Fórum procurou o deputado federal Rui Falcão, que presidia o PT naquele período histórico, para que ele comentasse as afirmações e insinuações de Carlos Siqueira, mas até o fechamento dessa matéria não recebeu retorno do parlamentar petista.