IMPEACHMENT DO PGR

Randolfe provoca Flávio Bolsonaro por defender Aras: "Inusitado"

O senador Randolfe Rodrigues avalia a possibilidade de entrar com um pedido de impeachment contra o PGR Augusto Aras por prevaricação

O senador Randolfe Rodrigues no plenário do Senado.Créditos: Pedro França/Agência Senado
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O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice líder da CPI do Genocídio e líder da bancada de Oposição, ironizou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) após o filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) acionar o Conselho de Ética do Senado contra ele.

Flávio anunciou nesta quinta-feira (17) que iria representar contra Randolfe após o parlamentar oposicionista ter pedido o impeachment do procurador-geral da República, Augusto Aras, em razão da blindagem contra Jair Bolsonaro.

"Uma verdadeira interferência política sobre o Ministério Público. Vários crimes cometidos configuram, sim, uma obstrução de justiça, razão pela qual eu vou protocolar uma representação no Conselho de Ética contra o senador Randolfe Rodrigues por ter quebrado o decoro parlamentar", disse Flávio em vídeo obtido pela Folha de S. Paulo.

Randolfe, então, ironizou. "É inusitado ver o Sr. Flávio Bolsonaro defendendo o Ministério Público. Logo ele, que é um cliente tão assíduo do órgão…", escreveu o senador nas redes sociais.

Randolfe pode pedir impeachment de Aras

Na quarta-feira, Randolfe fez críticas veementes ao PGR após Aras dizer que o relatório da CPI "não apresentou provas sobre irregularidades cometidas por autoridades", que "recebeu um HD com 10 terabytes de informações desconexas e desorganizadas”.

"Senhor Aras, não faça isso. Um homem da sua idade, fica feio para o senhor. Faltar com a verdade. Desde que o senhor começou a andar com Jair Bolsonaro, o senhor deu para esse mau costume. Além de estar atrasando, prevaricando no seu ofício, o senhor falta com a verdade para com os brasileiros”, disse Randolfe na CNN Brasil. O senador disse que já teria as assinaturas para abrir um pedido de impachment contra Aras por prevaricação.

"Ele recebe mais de R$ 60 mil em salários. O que nós queremos do doutor Aras é que ele faça o serviço dele. Nós já fizemos. Ele está esquecendo que o que é inerte é a jurisdição, o Ministério Público, não. A não ser que ele esteja querendo criar um princípio novo: o princípio da inércia ministerial ou da inércia da Procuradoria-Geral da República. Não cabe na jurisdição brasileira a função de espectador-geral da República”, completou.