CPI

“Só falta PGR pedir exumação de 640 mil vítimas do descaso de Bolsonaro”, diz Renan Calheiros

Relator da CPI do Genocídio cobra disposição do PGR em tomar atitudes diante das denúncias apontadas contra Bolsonaro e outros integrantes do governo

Renan Calheiros, relator da CPI, critica Augusto Aras.Créditos: Wilson Dias/Agência Brasil
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Depois do vice-presidente da CPI do Genocídio, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ter feito duras críticas à postura do procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, agora foi a vez do relator da comissão.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) usou as redes sociais para reclamar da morosidade de Aras em tomar alguma atitude diante das denúncias apontadas no relatório da CPI contra Jair Bolsonaro (PL) e outros integrantes do governo.

“Na sua estratégia de ‘comprar tempo’, a PGR pediu para a CPI da Covid individualizar provas, como se centenas delas já não fossem suficientes. Nesse ritmo, só falta a PGR pedir, e não estranhem se isso acontecer, a exumação de 640 mil vítimas do descaso de Bolsonaro”, tuitou. Renan.

Aras, inclusive, está ameaçado de sofrer um pedido de impeachment por senadores da comissão.

O PGR chegou a afirmar que o relatório da CPI "não apresentou provas sobre irregularidades cometidas por autoridades", que "recebeu um HD com 10 terabytes de informações desconexas e desorganizadas” e que Randolfe se comprometeu a entregar as provas até sexta-feira (18), prazo estabelecido por Aras.

“Esse prazo, não foi o senhor Aras que nos impôs. Esse prazo para socorrer o senhor Aras foi dado por nós mesmos. Não tem nenhuma imposição da parte do senhor Aras para conosco”, afirmou o senador.

Randolfe ainda ironizou as declarações do PGR. “Eu quero destacar: ‘Senhor Aras, não faça isso. Um homem da sua idade, fica feio para o senhor. Faltar com a verdade. Desde que o senhor começou a andar com Jair Bolsonaro, o senhor deu para esse mau costume. Além de estar atrasando, prevaricando no seu ofício, o senhor falta com a verdade para com os brasileiros”.

O vice-presidente da CPI do Genocídio destacou, ainda, que a entrega do relatório da comissão foi feita no dia 27 de outubro, não em 25 de novembro, conforme alegou Aras.

Aras está “querendo criar um princípio novo: o princípio da inércia ministerial”, diz Randolfe

O senador não poupou críticas: “Ele recebe mais de R$ 60 mil em salários. O que nós queremos do doutor Aras é que ele faça o serviço dele. Nós já fizemos. Ele está esquecendo que o que é inerte é a jurisdição, o Ministério Público, não. A não ser que ele esteja querendo criar um princípio novo: o princípio da inércia ministerial ou da inércia da Procuradoria-Geral da República. Não cabe na jurisdição brasileira a função de espectador-geral da República”, acrescentou.

Ao final, o senador ressaltou: “Se o doutor Aras quer arquivar tudo, servir a Jair Bolsonaro, como ele está servindo desde o começo, ofendendo a tradição do Ministério Público, da Procuradoria-Geral da República, é melhor ele fazê-lo, ao invés de ficar embromando”.